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NA CAPITAL

CPI do Transporte Público investigará falhas na frota e fiscalização da Prefeitura

Instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito avança na Câmara, mas Casa de Leis Municipal não tem poder de intervenção no contrato

Usuários do transporte público na Capital continuam reclamando  da qualidade do serviço - Foto: Gerson Wassouf/RCN67
Usuários do transporte público na Capital continuam reclamando da qualidade do serviço - Foto: Gerson Wassouf/RCN67

A Procuradoria da Câmara Municipal de Campo Grande deu parecer favorável para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará possíveis irregularidades no transporte público da capital. Um dos autores do requerimento para a abertura da comissão, o vereador Doutor Lívio (União Brasil), detalhou o andamento e os próximos passos da investigação em entrevista ao Microfone Aberto, nesta terça-feira (18).

Segundo o parlamentar, a CPI terá como foco principal apurar três pontos: a idade e conservação da frota de ônibus, a fiscalização realizada pela Prefeitura e pelas agências reguladoras (Agereg e Agetran) e o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão do serviço.

A Câmara não tem o papel principal nessa política de transporte coletivo. O que vamos fazer é expor as falhas do consórcio Guaicurus e da Prefeitura para que a população tenha clareza sobre as responsabilidades de cada ente envolvido nesse contrato de concessão“, afirmou Doutor Lívio.

Problemas na frota e fiscalização insuficiente

O vereador destacou que, desde janeiro, já vinha solicitando informações sobre a situação do transporte público.

Nós pedimos ofícios à Agetran, à Agereg e ao consórcio Guaicurus para entender a idade da frota, as condições dos veículos e a fiscalização da Prefeitura. Dentro do nosso requerimento da CPI, três dos cinco pontos apresentados foram aceitos pela Procuradoria da Câmara, incluindo a verificação da conservação dos ônibus e a fiscalização feita pelo município“, explicou.

Sobre a tarifa cobrada dos usuários, Lívio ressaltou que o valor pago pela população não cobre integralmente os custos do serviço. “A tarifa técnica do transporte coletivo hoje está na faixa de R$ 7,90, mas a Prefeitura e o Governo do Estado subsidiam parte desse valor. Precisamos entender como esse subsídio está sendo aplicado e se há equilíbrio econômico-financeiro nesse contrato“, pontuou.

Próximos passos da CPI

O requerimento apresentado por Doutor Lívio foi assinado por 16 vereadores, garantindo o apoio necessário para a criação da comissão. O próximo passo será a formalização da CPI pelo presidente da Câmara, vereador Papy, seguida da definição dos membros que irão compor a investigação.

Vereador Dr Lívio – Foto: Luiz Soares

A composição será baseada na proporcionalidade dos partidos na Casa. Hoje, a tendência é termos representantes do PSDB, PP, PL, PT e União Brasil. Mas isso ainda será discutido para garantir a melhor condução dos trabalhos“, explicou Lívio.

Ele também alertou que, apesar da expectativa da população, a Câmara não tem poder direto sobre o contrato de concessão do transporte coletivo.

Nosso papel será expor os problemas e encaminhar o relatório final da CPI ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, que são os órgãos responsáveis por exigir providências. O objetivo principal da CPI é garantir transparência e pressionar para que haja soluções concretas“, concluiu.

Confira a entrevista completa: