Após 12 dias da operação Ultima Ratio, da Polícia Federal, sete investigados por suspeita de envolvimento num esquema de venda de sentenças, colocaram as tornozeleiras eletrônicas, atendendo a uma determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os aparelhos foram instalados na noite dessa terça-feira (5), na Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual, da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), em Campo Grande, conforme informou a agência.
Estão sendo monitorados, por meio das tornozeleiras eletrônicas, os cinco desembargadores afastados do Tribunal de Justiça de MS (TJMS), sendo eles: Sérgio Fernandes Martins, presidente da instituição; Sideni Soncini Pimentel, presidente eleito para o biênio 2025-2026; Vladimir Abreu da Silva, vice-presidente eleito; Marcos José de Brito Rodrigues, ouvidor judiciário e Alexandre Aguiar Bastos; além do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), Osmar Domingues Jeronymo e o sobrinho dele, Dannillo Moya Jeronymo, que é servidor da Justiça e também foi afastado das funções no TJMS.
A determinação do ministro Francisco Falcão, do STJ, foi assinada em 22 de outubro, dois dias antes da operação Ultima Ratio, e destacava que o monitoramento eletrônico , nos termos do disposto no art. 319, IX, do Código de Processo Pena, deveria ser providenciado “de forma imediata”, o que não ocorreu.
Os investigados colocaram os equipamentos após quase duas semanas do cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
“Reputo, portanto, que as medidas de afastamento do cargo, proibição de acesso
às dependências do Tribunal (inciso II do art. 319, CPP) e a vedação de contato
com funcionários do Tribunal (inciso III do art. 319, CPP), cumuladas com o
monitoramento eletrônico para viabilizar a fiscalização (inciso IX do art. 319, CPP),
mostram-se proporcionais e adequadas, haja vista a gravidade e a natureza dos delitos em apuração“, descreve o ministro Falcão, do STJ.
Pela decisão, os desembargadores aposentados, Divoncir Schreiner Maran e Júlio Roberto Siqueira Cardoso, também investigados por suspeita de envolvimento no esquema de venda de sentenças, não serão monitorados por tornozeleiras.
A reportagem da CBN Campo Grande não conseguiu contato com os investigados. Este espaço permanece aberto para as defesas dos suspeitos.