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POLÍCIA

Empresas que sonegaram impostos movimentaram mais de R$ 90 milhões em MS

Esquema de fraude fiscal no setor de bebida alcoólica causou prejuízo de, no mínimo, R$ 18 milhões aos cofres públicos do estado

Depósito da empresa de bebidas alcóolicas
Depósito da empresa de bebidas alcóolicas | Foto: Divulgação/ PCMS

Um esquema sofisticado de sonegação fiscal no setor de bebidas alcoólicas foi revelado pela operação “Última Dose”, desencadeada pela Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) e pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).

A ação investigativa, que já dura mais de um ano, desmantelou um esquema de fraude fiscal que envolvia a compra de bebidas alcoólicas fora do estado e o uso de notas fiscais falsas para burlar a fiscalização.

De acordo com as investigações, as empresas envolvidas no esquema movimentaram mais de R$ 90 milhões em Mato Grosso do Sul, desde 2020.

Segundo o superintendente de Administração Tributária da Sefaz, Bruno Bastos, o esquema era conduzido por uma distribuidora de Paranaíba (MS), que utilizava empresas de fachada, conhecidas como “noteiras”, para emitir notas fiscais frias. A estratégia visava dar aparência de legalidade à comercialização das bebidas, que na realidade ocorriam sem o recolhimento de impostos.

“As empresas noteiras esquentavam operações para a distribuidora em Paranaíba, que vendia como se o imposto já tivesse sido pago. No entanto, essas mercadorias, que vinham do estado de Goiás, eram comercializadas sem o recolhimento adequado, causando um prejuízo estimado de R$ 18 milhões aos cofres públicos,” explicou Bastos.

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. A delegada Ana Claudia Medina, diretora do Dracco, destacou que o material recolhido será essencial para identificar todos os envolvidos e garantir que os responsáveis sejam penalizados.

“A investigação trouxe à tona não só a fraude fiscal, mas também crimes como lavagem de dinheiro e organização criminosa. Nosso objetivo é não apenas responsabilizar os culpados, mas também reintegrar ao patrimônio do Estado os valores sonegados”, afirmou Medina.

Além do impacto financeiro, a operação revelou um desequilíbrio na concorrência do setor de bebidas alcoólicas. “Esse tipo de fraude prejudica todo o mercado legal, que paga seus impostos corretamente, enquanto as empresas envolvidas no esquema conseguem praticar preços menores, desleais”, completou Bastos.