O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 391 mil idosos vivem atualmente em Mato Grosso do Sul, representando 14% da população total do estado. De acordo com projeções do Instituto, esse número deve mais que dobrar nos próximos 20 anos, chegando a 750 mil pessoas idosas, o que corresponderá a 23% de uma população estimada em 3,1 milhões de habitantes.
Com o aumento da expectativa de vida, cresce a necessidade de adaptar os imóveis para atender às necessidades dos idosos e de outros grupos que exigem atenção especial.
Pequenas mudanças estruturais nas residências podem trazer uma grande diferença no cotidiano dessas pessoas, proporcionando mais segurança e autonomia. O engenheiro civil Jary Castro compartilhou sua experiência ao adaptar a casa dos pais. “Na casa dos meus pais, havia desníveis. Eu fiz rampas internas e externas, respeitando a inclinação correta e instalando corrimãos nas alturas adequadas”, disse ele. Segundo o engenheiro, essas alterações são fundamentais para garantir que os idosos e outras pessoas com deficiência possam se movimentar com maior independência e segurança, prevenindo acidentes domésticos graves.
Desde 2004, o Decreto Federal 5.296 estabelece normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade em edificações públicas e de uso comum. Sandra Lata, arquiteta e conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul, reforça a importância de seguir essas diretrizes. “Muitas vezes, as pessoas pensam que acessibilidade é apenas para cadeirantes, mas o decreto inclui também idosos, obesos, grávidas e até mães com carrinhos de bebê. Esse universo é muito maior e precisa ser considerado na hora de adaptar qualquer imóvel”, explicou Sandra.
Além de garantir segurança e qualidade de vida, a adaptação de imóveis também valoriza o patrimônio. Geraldo Paiva, presidente do Sindicato de Habitação de Mato Grosso do Sul, destacou que essas adequações facilitam a venda ou aluguel do imóvel. “Um imóvel adaptado tem maior liquidez no mercado, sendo vendido ou alugado com mais facilidade”, afirmou.
Com o envelhecimento crescente da população, as adaptações para acessibilidade deixam de ser uma tendência e passam a ser uma necessidade. O Brasil é um dos países que mais envelhecem no mundo, e a conscientização sobre a importância dessas mudanças já está aumentando. “A população ganhou, em média, 20 anos de vida útil e independente, então o envelhecimento é inevitável, e as pessoas estão cada vez mais conscientes disso”, concluiu Jary Castro.