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Estudo revela que calor extremo pode virar regra em 2100

Eventos extremos, como a onda de calor que matou milhares de pessoas na Europa em 2003

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O clima vai esquentar para valer nas próximas décadas com a intensificação do aquecimento global causado pelo acúmulo de gás carbônico na atmosfera. Segundo um estudo publicado hoje na revista Science, até o fim deste século as temperaturas médias no verão poderão ser mais altas do que as máximas registradas nos anos mais quentes do século passado.

Eventos extremos, como a onda de calor que matou milhares de pessoas na Europa em 2003, poderão se tornar norma em muitos lugares do mundo, com impactos severos sobre a produção de alimentos e a qualidade de vida das pessoas. Os países mais impactados nesse cenário serão os das regiões tropical e subtropical, como o Brasil, onde as temperaturas já são naturalmente mais elevadas.

"É bom se preparar para verões muito, muito quentes", disse o pesquisador David Battisti, do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de Washington (EUA), que assina o estudo. "Vamos ver temperaturas elevadas como nunca se viu antes." Segundo Battisti, há uma probabilidade altíssima (acima de 90%) de que as temperaturas recordes de hoje serão as temperaturas médias de amanhã em grandes áreas dos trópicos e subtrópicos – onde vivem as populações mais pobres, mais dependentes da agricultura e, consequentemente, as mais vulneráveis.