D ois casos de violência extrema, sem nenhuma relação direta, mas com crueldade, têm ponto em comum que os colocam em linha de semelhança.
Após 516 dias corridos de um crime bárbaro, em que um idosa de 73 anos na época teria sido morta e enterrada no quintal de sua casa pela própria filha, em Três Lagoas, outra notícia estarrecedora ocorre na região. Uma criança de 10 anos teria sido vítima de violência sexual e depois morta por asfixia, enterrada viva pela mãe com a participação de um irmão de 13 anos, em Brasilândia.
Em 22 de outubro de 2018, o SIG (Setor de investigações Gerais) da Polícia Civil descobriu o primeiro crime, no bairro Set-Sul, região Leste de Três Lagoas. Após uma investigação de denúncia de maus-tratos, os policiais descobriram que Helena Chagas Costa teria sido enterrada no quintal de onde morava pela filha Cinthya Chagas Costa, de 45 anos, na época. Descoberta, ela relatou ao delegado Ailton Pereira, responsável pela investigação, que a mãe teria morrido de forma natural e que teria enterrado a mãe. Nas investigações, a polícia descobriu que a filha sacou o benefício da aposentada depois de morta.
Uma perícia técnica da Polícia Civil descobriu por meio de análise científicas com Luminol (substância química que identifica marcas de sangue), marcas de sangue no quarto da idosa, reforçando a tese de maus-tratos. E exames no cadáver se somaram às provas para a polícia embasar a acusação de homicídio e ocultação de cadáver.
Ela segue presa, aguardando julgamento.
Agora, Brasilândia se chocou com a descoberta de um corpo enterrado em um lixão da cidade – o corpo era de uma criança. Gabrielly Magalhães foi morta pela mãe Emileide Magalhães, de 30 anos, e um irmão de 13 anos.
Segundo a Polícia Civil, a criança foi torturada por meio de enforcamento com um fio de eletricidade. Como não conseguiu concluir o homicídio, Emileide voltou para casa e buscou o filho menor para ajudar. Após desacordar a criança, a mãe teria atirado o corpo da menina em um buraco – ainda viva – e coberto com lixo. O local é ermo.
Após o crime, mãe e filho voltaram para a cidade. Emileide teria passado em uma conveniência e tomado cervejas, supostamente, para comemorar a morte da filha. O menor ficou na casa da família, onde morava com um padrasto.
Investigações chefiadas pelo delegado Thiago Passos, com base em investigações de testemunhas, revelaram os crimes. E também que Gabrielly foi estuprada antes de ser morta. Desde outubro de 2019 ela reclamava com a mãe que vinha sofrendo abusos sexuais do padrasto.
Emileide – fria e calculista – confessou os crime e contou como atraiu o filho para o assassinato de Gabrielly. O menor disse que foi ameaçado pela mãe. Emileide revelou que sentia ciúmes da menina e quis proteger o atual marido.
A mulher foi trazida para o presídio feminino de Três Lagoas, onde ficou por menos de dois dias, até ser levada para a cadeia Corumbá. Advogados dela convenceram a Justiça de que Emileide corria risco de morte no presídio três-lagoense.
O padrasto de Gabrielly foi acusado de abuso sexual e a polícia investiga se ele teve participação na morte da criança. Em depoimento, ele negou os abusos e disse não ter ideia de que a mulher teria matado a criança. Ele aguarda o andamento do inquérito policial no presídio de segurança média de Três Lagoas.
O menor foi liberado no dia seguinte.