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Filmes produzidos por indígenas são exibidos hoje na Capital

A sede do Grupo Casa exibe “Goela Abaixo” e “A Voz de Guadakan”. Após as exibições haverá bate-papo sobre cinema e seus desafios

Espaço do coletivo recebe amantes do audiovisual. Foto: Divulgação
Espaço do coletivo recebe amantes do audiovisual. Foto: Divulgação

Em homenagem ao mês das mulheres, os amantes do audiovisual poderão conferir, nesta sexta-feira (21), produções de mulheres indígenas, promovendo um espaço de debate sobre o cinema e seus desafios.

Trata-se da nova temporada do Casa Cult Cine Mulheres, realizado pelo Grupo Casa, que é um Coletivo de Artistas. O evento contará com a exibição dos curtas-metragens “Goela Abaixo” e “A Voz de Guadakan”.

Em “Goela Abaixo”, dirigido por Anaquiri, Mirna Kambeba explora de forma divertida as transformações sociais e políticas que afetam as famílias brasileiras, trazendo à tona reflexões sobre gênero e polarização política. O curta se destaca pela diversidade em sua equipe e pelo elenco majoritariamente composto por pessoas indígenas.

Já “A Voz de Guadakan” é um ensaio documental, que revela o universo criativo da primeira escritora indígena de Mato Grosso do Sul, Gleycielli Guató. Às margens do Rio Taquari, Gleycielli evoca com sua mãe, Maria Agripina, a história da família expulsa do Pantanal e a luta delas para manter viva a memória milenar da Nação Guató.

Após as exibições, haverá um bate-papo sobre cinema e os desafios da criação à distribuição. A diretora do Grupo Casa, Ligia Tristão Prieto, acredita na potencialidade desse tipo de partilha.

“Nosso Casa Cult é um encontro filosófico sobre o mercado da arte, queremos ampliar os caminhos possíveis para o fazer artístico, por isso, essa partilha se faz potente, para pensarmos como o cinema pode e deve atravessar todas as fronteiras.”, diz Ligia Prieto.

Gleycielli Guató compartilha sua leitura sobre a importância da visibilidade para as vozes indígenas: “Precisamos dessa visibilidade. O audiovisual feito por indígenas e falando através da voz originária é uma arma para o combate à invisibilidade. Precisamos ser ouvidos.” Ela destaca ainda: “Espere ouvir vozes de duas originárias. Espere representatividade, sabedoria; espere nossa ancestralidade vibrando em nossas vozes.”

As exibições serão hoje (21), às 19h, na sede do Grupo Casa, rua Visconde de Taunay, 306, bairro Amambai. Os ingressos podem ser adquiridos gratuitamente pelo Sympla.

Grupo Casa

Fundado em março de 2014 em Campo Grande, MS, o Grupo Casa é um coletivo de artistas independentes que promove ações de formação e criação nas áreas do teatro, cinema e literatura. Com uma sede estabelecida há mais de dez anos em Campo Grande, o grupo também expandirá suas atividades para São Paulo – SP em 2025.