Nas edições anteriores, o Fórum Social Mundial (FSM) foi muitas vezes usado como palanque político para presidentes, governadores e outras autoridades. Neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 12 ministros, governadores e outros quatro presidentes de países da América Latina confirmaram presença. A diretora da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos e uma das criadoras do evento, Maria Luiza Mendonça, acredita que o problema não vai se repetir nesta edição.
“Espero que realmente o protagonismo seja das organizações populares, das organizações de base. Espero que esse fórum não seja um palanque eleitoral, não seja usado de forma eleitoreira. Se isso acontecer realmente o evento vai perder seu principal objetivo que é a construção de um mundo mais justo, mais igualitário e a defesa de um outro modelo de desenvolvimento”, afirmou.
Para Maria Luiza, nesta edição será mais difícil o governo conseguir se auto-promover porque as atuais políticas adotadas vão de encontro aos princípios do FSM. Segundo ela, o cenário é diferente de 2001, ano da primeira edição, em Porto Alegre. (Veja no gráfico as edições já realizadas)
AMBIENTE DE DERROTA
Enquanto o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, vai lamentar a crise financeira internacional, a reunião de contraponto, o Fórum Social Mundial, deverá apontar as alternativas e saídas para um “outro mundo possível, necessário e urgente”. A aposta é do ativista Chico Whitaker, um dos fundadores do FSM.
De hoje (27) a domingo (1°) a nona edição do evento de movimentos sociais será realizada em Belém, capital do Pará.
JUVENTUDE
Se o Fórum Social Mundial (FSM) pretende ser um espaço de diversidade de idéias, o Acampamento da Juventude, instalado para receber os participantes, é o espaço onde essa mistura é mais visível. Montado no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), o espaço já abriga mais de cinco mil pessoas e deve receber mais 15 mil durante o encontro.