Centenas de funcionários da fábrica de papel e celulose Suzano, em Três Lagoas, realizaram uma manifestação, na manhã desta terça-feira (21), na porta de entrada da unidade. Trabalhadores de empresas terceirizadas também aderiram ao protesto que busca por reposição salarial, assim como reajuste de benefícios. Os ônibus que transportavam os funcionários não entraram na fábrica e, mais de mil pessoas, se aglomeraram do lado de fora, na mobilização organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose de Três Lagoas (Sititrel).
O sindicalista Almir Morgão explicou que a categoria não aceitou a proposta da Suzano, que ofereceu reajuste abaixo da inflação. De acordo com o presidente da Sititrel, a proposta fica aquém do que foi reivindicado, sendo 9,85% referente a inflação e 3% de ganho real. “O valor não corresponde ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do período. Por isso, estamos aqui para chamar a atenção da empresa e para defender o funcionário. Porque se perdermos 1,85%, a gente nunca mais recupera. Não estamos aqui politicamente, mas para defender o trabalhador. Talvez a Suzano faça um abaixo assinado para ter assembleia, mas peço aos trabalhadores que não assinem”, declarou durante o protesto.
Além dos 8% de reajuste salarial, a Suzano ofereceu R$ 2 mil de abono, ticket-alimentação R$ 324, auxílio-creche R$ 606, auxílio PcD R$ 1.571,00 e auxílio funeral R$ 5.575,00. O que também foi contestado pela categoria.
Outro lado
Por meio de nota, a Suzano informou que participa de todas as negociações sindicais, está sempre aberta ao diálogo e se empenha para chegar a um acordo que contemple os anseios das partes envolvidas. “A proposta feita pela companhia contempla o pacote de remuneração total (incluindo salários, abono, ticket alimentação, auxílio creche, auxílio funeral, auxilio filho PCD, pagamento variável e outros benefícios), que é um dos maiores das empresas da região”, consta trecho da nota.