Três Lagoas concentra, atualmente, aproximadamente 75% do faturamento da Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MS Gás), distribuidora de gás natural que vem da Bolívia em Mato Grosso do Sul. A informação é da TV Educativa (TVE), do governo do Estado, que estuda a possibilidade de uma parceria com a empresa para incentivar o uso do gás natural no comércio e em residências. Essa aliança foi discutida em reunião realizada entre o diretor-presidente da MS Gás, engenheiro Rudel Espíndola Trindade Júnior, e o diretor-presidente da Rádio e TV Educativa, jornalista Bosco Martins.
De acordo com a MS Gás, atualmente o gás natural abastece empresas como Fibria, Sitrel, Mabel, Metalfrio, Corttex e Cargill. Em breve, a lista deverá aumentar, já que está em construção o ramal para atender a fábrica de celulose Eldorado Brasil. A expectativa é que o ramal, que conta com um investimento de aproximadamente R$ 33 milhões, seja ativado em agosto deste ano. O ramal para atender a maior fábrica de celulose em linha única do mundo terá 40 quilômetros de extensão e fará uma transposição do rio Sucuriú.
Por enquanto, o maior consumidor do gás boliviano segue sendo a Termelétrica Luís Carlos Prestes, da Petrobras. Conforme o diretor-presidente da companhia, Mato Grosso do Sul consome 10% do volume de gás natural importado do país vizinho. O percentual corresponde a 3,030 milhões de metros cúbicos/dia. Desse total, cerca de 2,8 milhões de metros cúbicos são destinados à geração de energia pelas termelétricas Willian Arjona, de Campo Grande, e a de Três Lagoas, que consome, sozinha, 1,8 milhão de metros cúbicos ao dia. O alto consumo para a geração de energia, segundo o presidente da MS Gás, deve-se ao período de estiagem, que fez com que o funcionamento das hidrelétricas em todo o país fosse reduzido.
“O gás natural e a água em abundância são dois componentes importantes para a política de atração de novas empresas no Estado, segundo a Federação das Indústrias (Fiems), e a determinação do governador Reinaldo Azambuja é para que a MS Gás dê visibilidade ao potencial energético, mostrando que há oferta de gás natural, um insumo importante e econômico”, destacou o diretor-presidente.
Nesta semana, o governador do Estado recebeu um grupo de representantes de instituições que compõem o setor produtivo estadual, entre eles da Fiems, Famasul e Fecomércio, que solicitou a redução da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 17% para 12% sobre a tarifa de energia elétrica durante o período de bandeira tarifária vermelha para a agropecuária, indústria, comércio e serviços.
META
À TVE, o diretor-presidente explicou que houve um crescimento de 42% no consumo do gás boliviano entre 2013 e 2014, puxados pelo setor industrial. Ao todo, são 2,9 mil unidades de consumo no Estado. A meta, agora, é incentivar a utilização do gás natural no comércio e em residências.
Na indústria, o gás natural é usado para produzir vapor em caldeiras e mover turbina que gera energia, assim como ocorre nas usinas térmicas. No comércio, usa-se para gerar energia, fogo e calor e nas residências, a utilização é para fogão, chuveiro e aquecedores.
De acordo com a MS Gás, hoje 93% do gás natural consumido em Mato Grosso do Sul são destinados ao setor industrial. Apenas 5% são consumidos pelo setor comercial e 2% pelo mercado imobiliário. O Brasil importa da Bolívia 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia através do gasoduto, que vai de Corumbá a Campinas (SP). (Com informações da TVE)