Com a crescente popularização dos câmbios automáticos e automatizados no Brasil nas últimas duas décadas, muitas opções foram lançadas no mercado automotivo.
O fato de ambos os tipos oferecerem um carro sem embreagem, dispensando a necessidade da troca manual de marchas, faz com que muitos consumidores os confundam e até mesmo considerem que estão investindo em determinada funcionalidade, quando na verdade, trata-se de outra.
O câmbio automático possui estrutura complexa e é mais caro, sendo gerenciado pelo conversor de torque. Já o automatizado (com mono ou dupla embreagem) é mais simples, com estrutura próxima a do modelo mecânico, porém, controlada por módulo eletrônico e atuadores hidráulicos.
Segundo especialistas, cada sistema influencia de forma distinta no desempenho do veículo. Para esclarecer o assunto, consultamos o técnico Daniel Lauri, do CESVI (Centro de Experimentação e Segurança Viária). Confira a seguir.
TIPOS DE CÂMBIO
Os câmbios automáticos podem ter 3,4,5,6,8 e até 9 velocidades. O número de marchas depende do projeto do câmbio e das necessidades do veículo, sendo que este número também pode variar dos valores informados acima.
Já os automatizados contam com uma ou dupla embreagem. Esse número de embreagens e marchas depende do projeto do câmbio e necessidades do veículo.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS
Automático
O principal diferencial está na concepção interna. No câmbio automático, a transmissão de movimento do motor para o câmbio é realizado por meio do conversor de torque. As mudanças de marchas são realizadas por pressão hidráulica e controladas pelo módulo eletrônico e corpo de válvulas, atuando em pacotes de embreagens e freios, variando assim as possíveis relações das engrenagens internas.
Automatizado
Já no câmbio automatizado, sua concepção interna é semelhante ao câmbio mecânico (manual) convencional, onde as trocas de marchas são controladas por um módulo eletrônico e atuadores hidráulicos. A transmissão de movimento do motor é intermediada pela embreagem, também controlada eletronicamente e acionada por atuadores hidráulicos.
VANTAGENS COMUNS AOS DOIS TIPOS DE CÂMBIO
– Mudanças suaves de marchas;
– Seleção automática das velocidades apropriadas às condições da condução;
– Redução da fadiga ao dirigir;
– Ambos impedem que o conjunto motriz fique sobrecarregado;
– Ambos aumentam a vida útil dos componentes da transmissão;
– O motorista consegue direcionar mais atenção ao trânsito;
VANTAGENS do câmbio automático
Pode proporcionar uma saída e a mudança de marchas mais suaves devido ao conversor de torque e programação do módulo. No arranque do veículo em subidas, dependendo da inclinação, o câmbio proporciona um movimento contínuo para frente.
VANTAGENS do câmbio Automatizado
Possui menor complexidade interna, podendo ter uma manutenção mais barata, onde a ocorrência mais comum é a troca da embreagem.
Por ser mais leve, pode ser usado em veículos com motores menores e assim proporcionar um consumo de combustível menor.
DESVANTAGENS do câmbio Automático
Devido à maior complexidade interna, pode ter uma manutenção mais cara e realizada somente em oficinas especializadas. O preço do componente também pode ser mais elevado.
Mais pesado, o automático geralmente acompanha veículos com motores maiores e consequentemente gerando consumo maior de combustível. Porém, isso não é uma regra. Dependendo do modelo de transmissão do veículo – quanto maior o número de relações de marchas – ele pode até beneficiar a relação de consumo.
DESVANTAGENS do câmbio Automatizado
Dependendo da programação da transmissão, o câmbio automatizado pode gerar solavancos nas trocas de marchas. Em subidas, pode haver retorno do veículo dependendo de sua inclinação e até o acoplamento total da embreagem.
Porém, alguns modelos já possuem sistema integrado com os freios que só permitem que sejam liberados após a ativação do acelerador.