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MS monitora qualidade do ar e analisa impactos da poluição na saúde das pessoas

Os casos de asma cresceram 13% em MS em 2024, quando comparado a 2023, enquanto os atendimentos para bronquite registraram alta de 7%

Os efeitos da poluição do ar sobre a saúde são amplos e podem ser tanto imediatos quanto de longo prazo.  Foto: Reprodução/ Governo de MS
Os efeitos da poluição do ar sobre a saúde são amplos e podem ser tanto imediatos quanto de longo prazo. Foto: Reprodução/ Governo de MS

Em Mato Grosso do Sul, fatores como queimadas, incêndios florestais e o aumento da frota veicular contribuem para a emissão de poluentes atmosféricos, resultando na exposição humana com efeitos diretos e indiretos na saúde, meio ambiente e oferta de serviços de saúde. A qualidade do ar, além de ser uma preocupação ambiental, reflete diretamente nos números de atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

A análise dos atendimentos da Atenção Básica à Saúde revela aumento na demanda por atendimentos individuais em 2024. Dados extraídos do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde e analisados pelo programa Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluentes Atmosféricos (Vigiar) apontam que os casos de asma cresceram 13% em MS em relação a 2023, enquanto os atendimentos para bronquite registraram alta de 7%. 

Os números indicam que, embora as internações hospitalares não tenham mostrado uma alta expressiva, os serviços de saúde básica têm enfrentado uma crescente demanda, refletindo os impactos da poluição no cotidiano das pessoas. Esses atendimentos são um reflexo de problemas respiratórios agravados pela poluição do ar, especialmente durante o período de queimadas.

Em 2024, os municípios mais afetados pelas queimadas e poluição atmosférica foram prioritariamente monitorados pelo Vigiar. Cidades como Corumbá, Aquidauana, Porto Murtinho, Miranda e Naviraí foram identificadas como as mais impactadas pelos focos de calor, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Os efeitos da poluição do ar sobre a saúde são amplos e podem ser tanto imediatos quanto de longo prazo. Entre os problemas mais comuns estão as doenças respiratórias, como asma, bronquite e outras doenças pulmonares. Além disso, a exposição contínua a poluentes pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, especialmente em pessoas com histórico de doenças cardíacas.

A poluição também pode contribuir para o surgimento de problemas oftálmicos, dermatológicos, gastrointestinais, além de agravar condições de saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão.

Impacto

A população mais vulnerável a esses efeitos são as crianças, os idosos e as pessoas com comorbidades, como doenças pulmonares crônicas e problemas cardíacos.

“O impacto da poluição atmosférica na saúde da população sul-mato-grossense exige uma abordagem científica e integrada. O programa Vigiar tem sido fundamental para identificar padrões de exposição e correlacionar os efeitos dos poluentes com o aumento da demanda por atendimentos de saúde”, explica o coordenador de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica, Karyston Adriel Machado da Costa.

Responsável pelo projeto, a gerente do Vigiar, Lígia Lechner da Silva Domingos, revela que a estratégia denominada Unidade Sentinela permite monitoramento detalhado das doenças respiratórias em áreas críticas, possibilitando respostas mais rápidas e assertivas. Além disso, a articulação com outras frentes da Vigilância em Saúde, como a Vigidesastres, fortalece a capacidade de mitigação dos impactos das queimadas e demais fontes de poluição.

“O monitoramento constante e a rápida resposta são fundamentais para evitar que a saúde da população sul-mato-grossense seja ainda mais comprometida pelos danos causados pela poluição do ar, especialmente após um ano de forte incidência de queimadas no estado”, avalia o secretário Estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa.

*Com informações Governo de MS