As obras no centro de Campo Grande são motivo de grande preocupação para os lojistas. Segundo pesquisa da Fecomércio, apenas 20% dos consumidores sul-mato-grossenses devem ir as lojas físicas para adquirir produtos durante a Black Friday. O cenário aliado ao quebra-quebra das principais ruas do comércio da capital tem tirado o sono dos empresários.
Para Bruno Arantes, dono de um estacionamento localizado na rua 15 de novembro, em frente à Praça Ary Coelho, as intervenções podem afugentar quem pretende ir as compras. “Eles deveriam ter estudado melhor o cronograma de obras. Logo agora no final do ano, momento importante para o comércio, o centro está todo quebrado. O consumidor que pretendia vir comprar aqui já fica desanimado por conta da confusão no trânsito. Falta informação”, disse.
De acordo com o responsável pela franquia de lojas Becco Acessórios, Djalma Santos, para driblar o quebra-quebra é preciso apostar em inovações. Como diz o ditado, se Maomé não vai a montanha, a montanha vem a Maomé, ele aposta numa novidade trazida pela pandemia para driblar os transtornos causados pelas intervenções, o delivery.
“Com a pandemia, nós criamos um canal de delivery, no qual o cliente olha nas redes sociais o produto, pede pelo WhatsApp e recebe a compra em casa. As obras podem desmotivar o cliente em vir até a loja, por isso, estamos preparados para esse atendimento remoto”, explica.
Segundo o presidente da CDL/CG (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande) Adelaido Vila, a Prefeitura se comprometeu a dar uma pausa nas obras durante a black. “O centro vai ficar lindo, igual ao Jardim das Palmeiras, um cemitério, sem movimento. Eu conversei com o prefeito Marquinhos, ele se comprometeu a parar a obra a partir desta semana. Vamos ver como vai acontecer. Lá atrás, quando lançaram o calendário de obras, eu fui contra. Estamos saindo de uma pandemia, logo depois de uma crise. O centro não aguenta mais intervenções, os comerciantes não aguentam mais”.
Ainda conforme Adelaido, a black tem grande potencial para os lojistas do centro. “O frete está encarecendo produtos vendidos pela internet. Aqui, o cliente compra e já leva pra casa. O risco de decepção é nulo, já que ele pode testar o produto, olhar de perto.”
A economista da Fercomercio, Rejane Dedé de Oliveira, os lojistas precisam estar preparados para conquistar os clientes. O instituto de pesquisas estima que a black friday deve movimentar um montante de R$ 259 milhões na economia de Mato Grosso do Sul. Móveis e eletroeletrônicos estão entre os itens que serão mais procurados, segundo 33,7% das pessoas entrevistadas. Roupas, calçados e acessórios (29,1%), tablets/celulares (15,2%) vêm na sequência.