No dia seguinte à concretização da compra da Brasil Telecom (BrT), o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, não descartou novas compras. De acordo com ele, o momento de crise "é bom para aquisições". Mas o executivo ressaltou que a empresa está fazendo um esforço de caixa para pagar pela BrT. "Novas aquisições não estão fora do nosso radar. Mas temos que ver os nossos compromissos de caixa", disse.
Ainda de acordo com Falco, a empresa pretende em cinco anos atingir 110 milhões de clientes, sendo 30 milhões no exterior. Para isso, a empresa trabalha com orçamento de R$ 30 bilhões para o período. "Na América Latina não existem apenas empresas espanholas e italianas. Existem oportunidades na Venezuela, Argentina e Peru. Na África, nosso interesse está nos países de língua portuguesa", detalhou Falco.
Do novo quadro de diretores da nova gigante de telecomunicações que será formada com a compra pela Oi (antiga Telemar) do controle da Brasil Telecom Participações e da Brasil Telecom S.A., três são oriundos da Brasil Telecom. Luiz Perroni assumiu a diretoria de assuntos internacionais. Francisco Santiago ficou com a diretoria de operações e Jorge Jardim com a de Relações Institucionais.
Durante a coletiva, que detalhou a operação, Falco afirmou que a fusão entre as duas empresas deve ser concluída em 18 meses. Ao fim desse período, o executivo calcula que será possível obter uma economia a valores presentes de R$ 1 bilhão. "Uma centena de milhão será gasta com a sinergia neste período", calculou Falco.
Ontem, a Oi formalizou o pagamento de R$ 5,37 bilhões pela Brasil Telecom. A empresa ainda terá que fazer a oferta de compra de ações ordinárias para os minoritários. Ao todo, a operação deve custar à Oi R$ 13 bilhões.