O presidente da Colônia de Pescadores de Jupiá de Três Lagoas, Antônio Farias, disse que está cada dia mais difícil para os pescadores profissionais sobreviveram da pesca.
Antônio concorda com a decisão do Ministério Público Federal (MPF) em mover ação civil pública contra a concessionária responsável pela operação da usina hidrelétrica de Jupiá pela escassez de peixes no rio.
Na semana passada, o MPF ajuizou ação civil pública contra a Rio Paraná Energia, empresa da holding China Three Gorges Corporation (CTG), concessionária das Usinas Hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira, na divisa de Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Na ação, o MPF pede pagamento de R$ 5 milhões de indenização por danos morais coletivos, pela queda na população de peixes dos reservatórios e suas consequências para o ambiente e a população da região.
De acordo com o MPF, desde que a empresa assumiu a concessão das usinas, em 2016, tem obrigação contratual de elaborar um programa de manejo pesqueiro e de conservação da população de peixes no rio Paraná, além de monitor a produção e estocagem de alevinos em reservatórios.
A investigação revelou que, ainda em 2016, a empresa encerrou as atividades da Estação de Hidrobiologia e Aquicultura de Jupiá, que realizava a criação e reposição de peixes nos reservatórios das usinas. Com isso, a partir de 2017, diminuiu ou interrompeu completamente a reposição das espécies Pintado, Jaú, Jurupoca, Dourado e Piracanjuba no rio Paraná.
Segundo o MPF, a consequência é a queda acentuada da população destes peixes nos reservatórios no Rio Paraná, afetando diretamente milhares de pessoas que vivem no entorno e dependem economicamente do rio.
O presidente da Colônia de Pescadores disse que essa redução de peixes tem dificultado a vida dos pescadores profissionais e que muitos estão passando por dificuldades.
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