A burocracia está emperrando o pagamento do seguro-desemprego, garantido pelo governo federal, aos profissionais da pesca em pelo menos três colônias de pescadores de Mato Grosso do Sul. Tal informação partiu do presidente da Colônia de Jupiá, Milton Duarte, que ontem (7), após retornar de Campo Grande (onde discutiu o problema com a Fundação do Trabalho de MS), disse não ter garantias de quando o benefício deverá ser concedido aos cerca de 400 pescadores (dos perto de 600 filiados) cadastrados para receber o seguro-desemprego durante o período da piracema.
“Estivemos na Capital e constatamos que o pessoal do governo enviou parte dos cadastrados e uma outra parte agora, em dezembro, para o Ministério do Trabalho e Emprego (MTe). Ligamos para o setor de análises de processos para assuntar e tivemos a informação de que apenas duas pessoas atendem milhares de pedidos do benefício, o que dificulta a agilidade nas ações”, comentou Duarte, lamentando que, por conta disso, os colegas pescadores (que estão sem receber nenhuma das duas primeiras parcelas) continuarão a passar dificuldades. “Tem gente até emprestando dinheiro para pagar conta de água, luz e outras dívidas com lojas”, emendou.
Conforme Milton, nos meses de outubro e novembro de 2008, técnicos do Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador e Fundação do Trabalho (Ciat/Funtrab) estiveram realizando o cadastramento de pescadores nas colônias de pesca do interior do Estado para que recebessem o seguro-desemprego durante o defeso. “Trouxeram, inclusive, as fichas já preparadas para facilitar o processo, mas parece que nada adiantou”, colocou Duarte.
O presidente da Colônia dos Pescadores de Três Lagoas afirmou que para vencer essa questão burocrática, junto com as lideranças das colônias de Bonito e Porto Murtinho (também sem atendimento do benefício), a bancada federal em Brasília vai ser acionada, na tentativa de acelerar o processo de liberação do seguro. “Vamos acordar os deputados, os senadores, e exigir que eles intercedam por nós”, assegurou Milton.