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MEIO AMBIENTE

Pesque e solte está liberado na calha do Rio Paraguai, a partir de sábado

Apesar da flexibilização, o período de defeso no segue até o dia 28 de fevereiro

Uso de anzóis lisos e sem farpas é obrigatório
Uso de anzóis lisos e sem farpas é obrigatório | Foto: Reprodução/ Governo de MS

A partir de sábado (01), está liberada a modalidade de pesca amadora conhecida como ‘pesque e solte’, na calha do Rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul. No ‘pesque e solte’, é obrigatório o uso de anzóis lisos e sem farpas, assim como a devolução imediata do peixe ao mesmo local de onde foi retirado. 

A prática é restrita à calha do Rio Paraguai e está proibida em áreas como baías, lagos, lagoas marginais, banhados e outros cursos d’água conectados. Também não é permitida na foz dos afluentes.

Em Campo Grande, as lojas especializadas não esperam grande movimento, apesar da liberação do ‘pesque e solte’ na calha do Rio Paraguai. Segundo os empresários do setor, o número de pescadores da Capital que se deslocam à Corumbá durante esse período é baixo.

“As vendas devem subir um pouco, uns 7% apenas. Poucas pessoas vão para lá. Enquanto isso a gente vai abrindo o leque. Vendendo isopor, vendendo alevinos, que não era muito a nossa parte, mas começamos a vender para tentar se manter”, disse Renan Arrizabalaga, gerente de uma casa de iscas.

Alfredo Benitez, gerente de outro estabelecimento, espera uma melhora no movimento após o período de defeso dos peixes, que termina no dia 28 de fevereiro. “Nos primeiros dias de março a gente dá uma renovada no estoque, esperando um aumento nas vendas. Normalmente aumenta uns 70%. Agora ainda está meio parado”.

Pesque e solte

É imprescindível que o pescador possua a Autorização Ambiental para Pesca Amadora, especificamente na modalidade ‘pesque e solte’, emitida antes da atividade.

“Essa medida visa encontrar um equilíbrio entre a prática da pesca esportiva e a preservação ambiental, especialmente no período de reprodução das espécies”, destaca o diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges. Ele reforça que o objetivo é promover a pesca sustentável sem comprometer a fauna aquática.

Penalidades para infrações

Pescadores flagrados em irregularidades poderão ser detidos e levados à Delegacia de Polícia Civil para a lavratura do auto de prisão em flagrante. Caso condenados, estão sujeitos a penas que variam de um a três anos de detenção, além de ter material de pesca, embarcações, motores e veículos apreendidos.

O período de defeso das espécies visa garantir a reprodução e a sustentabilidade dos estoques pesqueiros. A liberação do “pesque e solte” é um passo estratégico para incentivar a pesca esportiva sustentável sem comprometer a fauna dos rios de Mato Grosso do Sul.

“É importante que cada um faça a sua parte, obedecendo os locais, petrechos e tamanhos de captura estabelecidos nos Decretos Estaduais n. 15.166/2019, com as alterações do Decreto n. 15.375, de 26 de fevereiro de 2020”, explica a técnica da área de pesca do Imasul, Fânia Campos.

Dicas essenciais para o pescador responsável

Se você pratica a pesca esportiva, adotar boas práticas no manuseio dos peixes faz toda a diferença para garantir a sobrevivência e a saúde dos exemplares capturados. Confira algumas dicas importantes.

  • Posição correta: se precisar retirar o peixe da água, mantenha-o sempre na posição horizontal e pelo menor tempo possível fora d’água. Isso reduz o impacto sobre sua respiração e estrutura corporal.
  • Manuseio mínimo: evite tocar diretamente na pele do peixe. O contato excessivo pode remover a camada de muco protetor, tornando-o mais vulnerável a doenças.
  • Cuidado com o anzol: caso o peixe tenha engolido o anzol, não tente removê-lo à força. Cortar a linha rente à boca pode ser a melhor opção para evitar ferimentos graves.
  • Proteja as brânquias: nunca coloque as mãos nas guelras do peixe! Essa estrutura é fundamental para a respiração e qualquer dano pode ser fatal.
  • Evite o estresse: quanto mais tempo o peixe passar se debatendo, maior o risco de desenvolver infecções por fungos e bactérias, podendo levar ao óbito. Seja rápido e eficiente ao soltá-lo.
  • Liberação correta: assim que capturar o peixe, devolva-o imediatamente ao mesmo local de onde foi retirado. Faça isso com calma, sem movimentos bruscos, garantindo que ele possa nadar novamente sem dificuldades.