Caso na fronteira com Ponta Porã intriga autoridades paraguaias
Um produtor de soja brasileiro, residente em Ponta Porã (MS), desapareceu misteriosamente, e seu veículo foi encontrado completamente incendiado na tarde desta quinta-feira (20) na colônia Cerro Corá, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, a poucos quilômetros da fronteira com o Brasil.
A descoberta, feita por um morador local, reacende preocupações sobre a violência na região, marcada por disputas entre grupos criminosos.
O caso começou a ser investigado após o produtor de soja, de 65 anos, não retornar para casa desde a manhã de quarta-feira (19).
Segundo relatos da família à polícia brasileira, ele havia cruzado a fronteira para realizar negócios na cidade vizinha, uma prática comum entre os moradores da linha internacional. Horas depois, seu paradeiro se tornou desconhecido, e a denúncia foi registrada em Ponta Porã.
O veículo, um Toyota Hilux de cor preta, foi localizado carbonizado em uma estrada rural de Cerro Corá por volta das 15h. Agentes da Polícia Nacional do Paraguai, alertados por um residente que passava pelo local, confirmaram que o chassi correspondia ao carro do desaparecido.
“O estado do veículo dificulta a identificação de pistas imediatas; tudo foi reduzido a cinzas”, informou o chefe da polícia local, Gabriel Rivas, ao jornal ABC Color.
Até o momento, não há sinais do agricultor ou indícios claros sobre o que aconteceu.
A região de Pedro Juan Caballero, separada de Ponta Porã apenas por uma rua, é conhecida como um ponto quente do crime organizado, com frequentes episódios de assassinatos e queima de veículos ligados ao tráfico de drogas e disputas territoriais.
A polícia paraguaia não descarta que o caso possa estar conectado a esses conflitos, mas também considera a possibilidade de um crime isolado. “Estamos trabalhando com as autoridades brasileiras para esclarecer os fatos”, acrescentou Rivas.
Familiares do produtor, que preferiram não se identificar, estão em estado de choque e cobram respostas rápidas. A investigação segue em andamento, com buscas intensificadas na área e troca de informações entre as polícias dos dois países.
A incerteza sobre o destino do agricultor mantém a fronteira em alerta.
