E abro um parênteses aqui, o Paulão, famoso Dr. Paulo Coelho Machado (que empresta o nome à rua, a antiga Furnas ali do lado do shopping Campo Grande, e que algum desavisado sem muita curiosidade por História, acha que é em minha homenagem). Pois nada disso. Paulo Machado, dentre muitos feitos, também foi parte fundamental na Liga Separatista que ajudou na criação do estado de Mato Grosso do Sul. Dá um Google depois que vale a pena pesquisar sua história.
Pois bem, voltando ao termo Guaicurus. Não é tão comum, assim como usar potiguar pra quem é do Rio Grande do Norte, Capixaba para quem nasce no Espírito Santo ou carioca pra quem é original da cidade do Rio. O gentílico Guaicurus pra quem nasce no MS é quase desconhecido.
Os temidos guaicurus, ancestrais dos kadiwéus, povos indígenas que se tornariam míticos pela domesticação de cavalos e atores importantes na Guerra do Paraguai, ou Guerra contra a Tríplice Aliança, foram imortalizados nas gravuras do pintor francês Jean-Baptiste Debret, que nos idos de 1800 se dedicou a retratar alguns deles aqui no Brasil. Tem também homenagem aos Povos Guaicurus no Parque das Nações Indígenas com a Estátua do cavaleiro e outras menções pelo estado.
Enfim. Várias capitais e estados brasileiros possuem adjetivos pátrios, alguns ligados a povos originários, características regionais e aos nomes de cada localidade. Alguns mais curiosos, outros mais óbvios, mas fato é, que, se vai tecendo a identidade e particularidade singular de cada macro ou micro região do país.
Voltando ao tema sabor, quer saber outra coisa que dá a cara de um povo?
Frutas, ou queijos locais, por exemplo. Dá pra imaginar Mato Grosso do Sul sem a guavira? O Pantanal sem o queijo Nicola, ou os mineiros sem o queijo da Serra da Canastra. Combinar sabor e meio ambiente pode ser uma saída possível para agirmos localmente em prol do bem estar no planeta.
Mas como?
Veja bem, agora estamos na primavera no hemisfério sul, um simples exercício de buscar nos mercados as frutas mais tenras, rugosas, que estão no seu ponto de maturação perfeito, é um ato que vai beneficiar também o seu paladar.
Optar por comer frutas da estação é melhor para o sabor pois estão, obviamente, mais saborosas, maduras e isso incentiva a diversidade na alimentação.
Há benefícios também para a nutrição, afinal existe maior concentração de nutrientes.
Geralmente são mais baratas, devido à abundância. E ainda colaboram para um menor impacto ambiental, pois requerem menos transporte.
Na primavera eu indico: acerolas, morangos, cerejas e outras frutas vermelhas, a goiaba, a jabuticaba, o maracujá e o abacate também são a cara dessa época, assim como: a manga, o abacaxi, uvas e a melancia que são frutas típicas do verão.
Além de uma deliciosa salada de frutas, várias destas, você pode aproveitar como sobremesa ou lanchinho, combinadas com queijos locais.
E Mato Grosso do Sul cada vez mais se consolida como um estado produtor de queijos. São várias regiões do estado que produzem esse derivado do leite que faz a festa dos “ratinhos por queijo” como eu. Quem aí também é “cheese Lover?”
Bem finalizo a coluna viagem de sabores com a dica de 5 queijarias “Guaicurus” de destaque pra você combinar com sua frutinha favorita:
- Queijaria & Leiteria Estância Vó Zilda de Campo Grande. @estanciavozilda
- A Vaca Que Ri, de Anastácio, tem queijos a partir do leite cru, inclusive o Nicola. @vacaqueri
- O Natural do Pantanal, requeijão artesanal, premiado no V Prêmio Queijo Brasil, produzido na fazenda e pousada Aguapé em Aquidauana. @naturaldopantanal
- Os Queijos Dazú , artesanais produzidos com leite pasteurizado de vacas Jersey. @queijosdazu
- E a Bella Búfala, a marca de mussarela artesanal queridinha dos Chefs do MS. @bellabufala
Anotou ai? Qualquer dúvida a coluna está no site da CBN Campo Grande e também vou deixar essas queijarias em destaque no meu instagram @chefpaulomachado .
Ah, e se você souber de mais alguma queijaria, coisa nossa, Guaicurus, escreve pra mim lá no direct!
Apure os sentidos e bom apetite!