Veículos de Comunicação

Editorial

Radares e multas educam motoristas?

Leia o Editorial, do Jornal do Povo, da edição de sábado (29)

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Mais uma vez o perigoso trânsito de Três Lagoas é motivo de especulação imaginativa, diante de tantas afirmações que se fazem para justificar os elevados índices de acidentes que envolvem condutores de veículos automotores de todos os tipos.

Ou então, culpar os envolvidos nas mais diversas ocorrências, que o nosso cotidiano registra nas ruas e avenidas da cidade. O fato é que, no afã para reduzir acidentes no trânsito, instalaram mais de duzentas câmeras e onze radares na cidade e prometem mais nove para monitorar motoristas que desobedecem a velocidade estabelecida de 40 km por hora em ruas e avenidas.

Aliás, cometem grande equívoco ao fixarem este limite de velocidade para todas as artérias da cidade, sem diferenciar as vias expressas das secundárias. Por isso, avenidas como a Olinto Mancini e a Ranulpho Marques Leal, vias expressas da cidade apresentam grande índices de multas aplicadas eletronicamente.

A rigor, como em Campo Grande para as avenidas que suportam tráfego mais rápido, deveriam estabelecer como limite de velocidade de 50 km por hora. Como são vias que apresentam fluidez no tráfego, sem sombra de dúvida, essa velocidade colocaria motoristas livres e salvos da indústria da multa. Entre várias indagações, desconhece-se os porques da ausência dos “amarelinhos” da Prefeitura nos semáforos instruindo, parando, e até notificando aqueles que furam o sinal vermelho.

Geralmente, os que mais cometem esse tipo de infração são os ciclistas e condutores de bicicletas elétricas e motociclistas, notadamente, os que fazem do seu ofício entrega de mercadorias e alimentos fornecidos por lanchonetes, bares, pizzarias e restaurantes, entre outros estabelecimentos comerciais.

Todos sabemos que ganham por entregas realizadas. Entretanto, nada justifica as altas velocidades que imprimem em suas motocicletas. E por isso, muitos são vítimas de si próprios quando se envolvem em acidentes. Pela manhã, entre 6h30 e 7h, o trânsito de veículos automotores em nossas ruas torna-se infernal e muito perigoso por conta das altas velocidades que imprimem pelas nossas ruas e avenidas, cada um pensando em si próprio em desabalada carreira.

De fato, trata-se aí, da questão de educação e urbanidade que deve nortear motoristas no trânsito. A falta de urbanidade e a intolerância entre motoristas chega a causar medo, porque uns avançam com seus veículos sobre outros e, com gestos de rabugentos, externam suas agressividades na disputa por alcançar seu destino em menor tempo como se todos fossem para o mesmo lugar.

Essa competição é nociva para todos. Falam sistematicamente que é preciso colocar nas ruas campanhas educativas, mas o fato é que as que até hoje foram realizadas não surtiram efeito, porque não foram concebidas por analistas e técnicos de trânsito. Sequer foram para dentro das escolas como deveriam; sempre houve improvisação.

E, por isso, é que aumenta dia após dia o número de acidentes e muitos de natureza grave, quando não fatais. Passa da hora a fiscalização enérgica e educativa nos semáforos para coibir todos os que desrespeitam a imposição de pare diante do sinal vermelho, assim como o estabelecimento de limite e respeito aos limites de velocidade dentro do perímetro urbano para quaisquer tipos de veículos automotores.

A partir do exercício de fiscalização rigorosa com a participação da polícia militar, certamente, o tráfego nas nossas ruas será mais tranquilo, porque ao contrário, radares e multas não conterão a brutalidade do trânsito em Três Lagoas.