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Editorial

Revisão do Plano Diretor deve ser com responsabilidade e participação social

Leia o editorial do Jornal do Povo neste sábado.

Leia o editorial do Jornal do Povo neste sábado. - Divulgação / Prefeitura de Três Lagoas.
Leia o editorial do Jornal do Povo neste sábado. - Divulgação / Prefeitura de Três Lagoas.

A revisão do Plano Diretor de Três Lagoas, anunciada como prioridade pelo prefeito Cassiano Maia, é um passo essencial para garantir o crescimento sustentável da cidade. A legislação atual, aprovada em 2016, precisa ser atualizada para corrigir entraves ao desenvolvimento urbano e permitir a expansão ordenada do município. No entanto, essa revisão deve ser conduzida com critério, estudos técnicos e, principalmente, com ampla participação da sociedade.

A legislação municipal deve acompanhar as transformações econômicas e sociais, evitando que regras ultrapassadas travem o progresso. Um dos principais desafios apontados por vereadores e urbanistas é a metragem dos lotes, que pode dificultar a aquisição de terrenos pela população e limitar o desenvolvimento imobiliário. No entanto, qualquer alteração deve ser feita de forma equilibrada, garantindo que a expansão não beneficie apenas o mercado imobiliário, mas também atenda às reais necessidades da população.

A revisão do Plano Diretor não pode ser uma simples flexibilização para novos loteamentos. É necessário garantir que o crescimento urbano ocorra de maneira planejada, respeitando a infraestrutura existente e evitando impactos negativos nos serviços públicos. A expansão desenfreada da cidade pode resultar em áreas com baixa oferta de transporte, saneamento precário e falta de equipamentos públicos essenciais. Além disso, deve-se combater a especulação imobiliária, que transforma terrenos vazios em meras reservas de valor, enquanto muitas famílias aguardam moradia digna.

Outro ponto crucial é a regulação de instrumentos urbanísticos já previstos no Plano Diretor vigente. Medidas como o coeficiente de aproveitamento, o incentivo ao uso misto dos espaços e a fiscalização de terrenos subutilizados precisam ser implementados com eficácia. Mais do que abrir novas frentes de ocupação, é essencial garantir que os espaços já existentes sejam aproveitados de forma adequada e eficiente.

A política urbana deve priorizar a qualidade de vida da população, garantindo acesso à infraestrutura, mobilidade urbana e habitação de interesse social. A revisão do Plano Diretor deve fortalecer esses aspectos, assegurando um crescimento equilibrado e inclusivo para Três Lagoas. Para isso, é fundamental que o processo seja transparente e participativo, envolvendo a sociedade civil, especialistas e entidades do setor.

Se a revisão do Plano Diretor for conduzida de forma responsável e com base em estudos sólidos, Três Lagoas poderá crescer de maneira ordenada e sustentável, garantindo que as transformações urbanas sejam benéficas para todos os cidadãos, e não apenas para setores específicos da economia. O futuro da cidade depende de decisões equilibradas e comprometidas com o interesse coletivo.