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Saúde recomenda que empresas instalem salas de apoio à amamentação

A alimentação do bebê deve ser baseada exclusivamente em leite materno até os seis meses de vida

O Ministério da Saúde deu mais um passo para garantir o aleitamento materno após o fim da licença-maternidade. Portaria elaborada junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária recomenda a instalação de salas de apoio à amamentação em empresas e órgãos públicos. Esses espaços são reservados para a mulher retirar leite do peito e guardá-lo para dar ao bebê em casa. Ela também pode doar o alimento a um Banco de Leite Humano. O texto foi publicado no Diário Oficial da União e já está valendo.

A alimentação do bebê deve ser baseada exclusivamente em leite materno até os seis meses de vida. Após esse período, alimentos complementares saudáveis podem ser incluídos na dieta dele, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que o aleitamento prossiga até os dois anos de idade. Por isso, o Ministério da Saúde incentiva as companhias a organizarem salas de apoio à amamentação.

Antes, não havia uma legislação sanitária específica para a manutenção desse tipo de espaço nas empresas. A coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani, acredita que, com a regulamentação, as mulheres poderão retirar o leite em um ambiente mais acolhedor.

“Esse procedimento é importante porque as mamas cheias provocam um desconforto muito grande às mulheres durante a jornada de trabalho. Elas devem extrair o leite a cada três ou quatro horas para que se mantenha a produção adequada do leite materno”, explica. O leite deve ser acondicionado em um recipiente para a mãe dar ao filho em casa.

De acordo com a Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno, divulgada em 2009, o número de mulheres amamentando é muito maior durante a licença-maternidade. Entre as mães usufruindo do benefício, 91,4% dão o peito para os filhos. O porcentual cai para 65,9% entre aquelas que já retornaram ao trabalho. O MS acredita que a oferta de salas de apoio à amamentação nas empresas e repartições pode estimular o aleitamento, reduzindo essa diferença.

BENEFÍCIOS – Considerado um alimento completo, o leite materno funciona como uma vacina, protegendo o bebê de muitas doenças. Após os seis meses, são indicados alimentos complementares à dieta da criança, como frutas e legumes. Especialistas destacam, porém, que o aleitamento materno é a principal forma de prevenir a mortalidade infantil. Além de garantir o bom desenvolvimento da criança, melhora a saúde da mãe, ao reduzir riscos de diabetes e câncer de mama e ovário.

Por isso, a instalação das salas de apoio à amamentação beneficia não só a mulher e o bebê, mas a própria empresa. “Como as crianças continuam sendo amamentadas, elas ficam mais saudáveis, e as mães faltam menos ao emprego. A companhia acaba valorizando a funcionária ao levar em conta as necessidades dela como mãe”, observa Elsa Giugliani. Na avaliação do Ministério da Saúde, a implantação desse espaço e a manutenção dele têm baixo custo para as empresas.

MUDANÇAS – Segundo as recomendações publicadas no Diário Oficial da União, as salas de apoio deverão ter um ponto de água fria e lavatório para assegurar a higiene da mulher. Deve haver uma cadeira de coleta ou poltronas, separadas por divisórias, para preservar a privacidade da mulher. Os espaços devem acomodar um freezer com um termômetro para monitorar o resfriamento. As companhias podem disponibilizar frascos para a coleta do leite e recipientes térmicos para o transporte do alimento.

Bombas elétricas ou manuais para extrair o leite poderão ser adquiridas pelas empresas. Todos os objetos que entrem em contato com o leite precisam ser esterilizados. É recomendável o uso de aventais limpos – descartáveis, de preferência – para as mulheres enquanto retirarem o leite.