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SEMINÁRIO

Rota Bioceânica avança com debates sobre infraestrutura e economia em Campo Grande

O Seminário Internacional da Rota Bioceânica reúne especialistas para discutir desafios e oportunidades na integração regional e no comércio internacional

 Painel "Setor Privado" foi o primeiro realizado nesta quarta-feira - Foto: Duda Schindler/ CBN CG
Painel "Setor Privado" foi o primeiro realizado nesta quarta-feira - Foto: Duda Schindler/ CBN CG

O Seminário Internacional da Rota Bioceânica segue com uma programação intensa em Campo Grande (MS), reunindo representantes do Brasil, Argentina, Chile e Paraguai para debater temas relacionados à infraestrutura, economia e turismo. O evento, iniciado na terça-feira (18), ocorre no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo.

Nesta quarta-feira (19), o destaque fica por conta de painéis que abordam o setor privado, infraestrutura, tecnologia, inovação, alfândega e impacto social. Entre os participantes, está Aurélio Rocha, presidente do LIDE Mato Grosso do Sul, que media o painel sobre o setor privado.

Segundo Rocha, a Rota Bioceânica representa não apenas um eixo de integração econômica, mas também social e cultural. “Mato Grosso do Sul precisa estar conectado com o mundo. A rota proporcionará uma verdadeira integração de negócios”, afirmou.

A programação desta quarta-feira inclui, às 16h30, a apresentação da proposta do Plano Maestro pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na quinta-feira (20), último dia do evento, as comissões técnicas apresentarão suas atas às 8h, seguidas da leitura da Carta de Campo Grande às 9h30.

Com a participação de mais de 1.600 pessoas, o seminário busca fortalecer a integração regional e impulsionar o desenvolvimento dos países envolvidos. Durante a abertura, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck, destacou os impactos positivos da Rota Bioceânica para a economia regional.

Ele ressaltou que o projeto poderá se tornar uma alternativa competitiva ao Canal do Panamá e enfatizou a importância de aprimorar o sistema alfandegário dos países envolvidos para garantir agilidade no trânsito de mercadorias.

Verruck explicou que, atualmente, a burocracia alfandegária compromete a competitividade da rota, e por isso é fundamental a criação de uma legislação específica para o corredor logístico. “Nosso objetivo é permitir que um caminhão saia de Campo Grande e chegue aos portos chilenos sem atrasos significativos nos postos alfandegários. Para isso, estamos negociando um tratado aduaneiro para a Rota Bioceânica”, afirmou.

Avanço das obras

Outro ponto abordado no evento foi o cronograma das obras da infraestrutura necessária para viabilizar a rota. A ponte binacional entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai) deve ser concluída no primeiro trimestre de 2026. No Brasil, a previsão é que o acesso à ponte e o contorno rodoviário de Porto Murtinho fiquem prontos entre o final de 2026 e o início de 2027.

No Paraguai, a pavimentação dos últimos 225 quilômetros da rodovia PY-15 será finalizada junto com a ponte, enquanto, na Argentina, a obra de asfaltamento de 20 quilômetros após a fronteira ainda depende de aprovação, com previsão de conclusão entre 2027 e 2028.

A segunda ponte sobre o Rio Pilcomayo, entre Pozo Hondo (Paraguai) e Misión La Paz (Argentina), segue em fase de projeto executivo.