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Investigação

Vacina contra Covid pode ter sido vendida por R$ 1,5 mil em Três Lagoas

MP e Polícia Civil investigam denúncias de possíveis irregularidades em relação a vacinação na cidade

Servidora que não aplicou vacina em idosa segue afastada do cargo - Divulgação
Servidora que não aplicou vacina em idosa segue afastada do cargo - Divulgação

O Ministério Público Estadual, através do promotor de Justiça, Luciano Anechini Lara Leite, abriu um procedimento para apurar possível compra de vacina contra Covid-19, em Três Lagoa. Além disso, investiga também a não aplicação de dose do imunizante em uma idosa.

Nesta semana, o promotor enviou um ofício a Polícia Civil com pedido de abertura de um inquérito policial para apuração dos fatos.

No documento encaminhado à delegacia, o promotor pede que seja apurada denúncia de uma pessoa que teria adquirido, sem ser do grupo prioritário, duas doses da vacina pelo valor de R$ 1,5 mil, sendo que uma já teria sido aplicada.

 O delegado Messias Pires disse que o inquérito tem prazo de 30 dias para ser concluído, podendo ser prorrogado, conforme o andamento das investigações.

O inquérito foi aberto pelo Ministério Público no final do mês passado, inicialmente para apurar possível irregularidade na aplicação de dose de vacina contra a Covid-19, em uma idosa. O fato aconteceu no dia 27 de março, em um posto de saúde da cidade, quando uma enfermeira não teria aplicado o líquido da vacina no braço da idosa. A enfermeira chegou a injetar a agulha, mas sem o líquido.

Na ocasião, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o líquido teria vazado quando ela foi tirar o lacre da seringa.

Diante disso, o Ministério Público requisitou a instauração de inquérito policial para apurar possível tentativa de homicídio.  Segundo o MP, suspeita-se pelo vídeo gravado pelo neto da idosa, que houve conduta irregular, “qual seja, o servidor municipal, aproveitando-se de sua condição, deixou de aplicar regularmente o imunizante em pessoa da faixa de risco e de atendimento prioritário, assumindo o risco de que ela possa contrair doença iminentemente fatal, além de expor terceiros a perigo de contaminação, ao que consta para favorecer terceiros, furando a ordem de preferência no atendimento do Plano Nacional de Imunização. A irregularidade foi confirmada pela Secretaria de Saúde”.

Ainda segundo a nota do Ministério Público, “a ocorrência ainda pode dar margem a que inescrupulosos se aproveitem da situação e da limitação de insumos para o próprio benefício financeiro, em detrimento da segurança e da saúde da população”.

Em nota, a Prefeitura de Três Lagoas informou que foi aberta sindicância para apurar os fatos., e que não recebeu nenhuma denúncia de venda de vacina ou mesmo de "fura fila".