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Dose Dupla

Silvânia e Lorena ganham medalhas para o Brasil em salto T11

Categoria inclui apenas atletas com deficiência visual classificada como absoluta

Silvânia e Lorena Spoladore, com os treinadores, na comemoração das conquistas - Divulgação/CPB
Silvânia e Lorena Spoladore, com os treinadores, na comemoração das conquistas - Divulgação/CPB

O Brasil fez dupla hoje (16) no pódio do salto em distância categoria T11 feminino, para deficientes visuais. Silvania de Oliveira saltou 4.98m e conseguiu a ouro e Lorena Spoladore ficou com o bronze, fazendo a marca de 4.71m. A prata foi para Fatimata Diasso, da Costa do Marfim, que saltou 4.79m. Thalita da Silva também participou da prova, terminando em quinto lugar.

Veja como funciona a classificação de competidores de provas de atletismo em paralimpíada. 

ATLETISMO

Classificação funcional dos esportes paralímpicos-atletismo

Provas de campo – arremesso, lançamentos e saltos

A letra F corresponde a Field (campo)

  • F11 a F13 – deficientes visuais
  • F20 – deficientes mentais
  • F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 – ambulantes)
  • F40 – anões
  • F41 a F46 – amputados e Les autres
  • F51 a F58 – competem em cadeiras (sequelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)

FONTE: COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO

RECORDE

Atual recordista mundial, com 5.46m, Silvania destacou que foi para o "tudo ou nada" no último salto, já que estava em segundo. "Eu estava muito tranquila na primeira semana de treino e essa tranquilidade me preocupava, porque nunca entrei sem o friozinho na barriga. Faltando três dias, comecei a ficar nervosa, com tremedeira. Entrei na prova nervosa, tanto que não consegui minhas melhores marcas. Mas no último salto, quando sai da areia já foi pulando de alegria".

Emocionada, a atleta destacou as dificuldades que passou para chegar ao atletismo e dedicou a vitória à filha Letícia Gabriela, de 10 anos. "Comecei no atletismo por causa dela, na minha família não tinha atletas, meu irmão Ricardo [de Oliveira, ouro no salto em distância T11] corria mas não era profissional. Um amigo me chamou para correr 10 quilômetros e eu fui por causa da premiação de R$300, que eu precisava para pagar o leite dela. Ela já é medalhista escolar no salto em distância, a família Oliveira vem por aí!"

Lorena disse que competiu com dor, após torcer o tornozelo esquerdo na segunda-feira, e que o bronze tem "gostinho de ouro". "Pra mim o mais difícil foi superar a torção do tornozelo, entrei na prova do início ao fim com dor. Graças a Deus consegui me superar, não entrei pensando em competir contra as outras, mas para superar a mim mesma. Não quero passar por essa experiência de novo".