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Atividade física: aliada no tratamento do câncer de mama

Pacientes com câncer de mama que caminhavam três horas por semana tiveram em média 46% mais chances de cura

Atividade física: aliada no tratamento do câncer de mama

Até pouco tempo atrás, acreditava-se que mulheres que estão passando ou passaram pelo tratamento de câncer de mama não podiam fazer atividades físicas regulares, pois poderiam levar à piora de algumas complicações decorrentes do tratamento, como, por exemplo, o linfedema, um inchaço crônico nos braços que pode aparecer após a cirurgia e causar muitas dores.

Essa crença era ainda maior em casos de metástases ósseas, quando a doença original atinge os ossos, mas a atividade física controlada ajuda e alivia esses sintomas, diminui os efeitos colaterais do tratamento e atua em caráter preventivo para que o câncer não retorne.

Um estudo realizado na Universidade de Yale (EUA) mostrou que pacientes com câncer de mama que caminhavam três horas por semana tiveram em média 46% mais chances de cura, se comparadas as outras pacientes que não possuíam este hábito. Todavia, em pacientes que aderiram a esta prática após décadas de sedentarismo, a porcentagem foi de 33%. 

“Engana-se quem acredita que o paciente com câncer precisa ficar de repouso absoluto e está isento de praticar exercícios físicos. Se a pessoa tiver boa capacidade funcional a atividades físicas e, principalmente, exercícios aeróbicos são grandes aliados. Dessa forma e por consequência, pacientes com câncer de mama devem praticar exercícios físicos e cuidar da alimentação, de forma a não ganhar peso durante o tratamento”, destaca o médico Marcelo Bragança dos Reis, responsável pelo setor de Onco-Ortopedia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Outros estudos ainda revelam que é pequena a proporção de mulheres diagnosticadas com câncer de mama que realizam atividades físicas regulares. Segundo pesquisa publicada pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) e foi tema do American Society of Clinical Oncology 2015 (Asco), apenas 32% das mulheres com câncer de mama atingem o nível de atividades físicas recomendadas para mulheres que não têm a doença, isto é, 150 minutos/semana. Além disso há uma tendência à redução em duas horas/semana do nível de atividade física após o diagnóstico de câncer de mama, sendo que mulheres obesas apresentam uma redução ainda maior.

RECOMENDAÇÕES
Algumas situações clínicas podem impedir temporariamente a paciente de praticar atividade física. Saber como estão as taxas sanguíneas é importante antes de iniciar qualquer exercício, não é indicado para pacientes com anemia e com nível baixo de plaquetas ou com alterações cardiovasculares graves. 

Pacientes com metástase óssea, assim como osteoporose, artrite e lesões nos nervos devem evitar exercícios que provoquem tensão nos ossos para esses casos são indicados exercícios de baixo impacto como hidroterapia e hidroginástica
Respeitar os limites físicos é importante para definir as atividades são ideais. É importante que a paciente encontre harmonia entre exercícios que não exijam demais do corpo que está fragilizado, com resultados positivos e lhe traga prazer. (Valdecir Cremon, com informações da UFRJ)