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Aumenta em 60% o número de afogamentos em rios de Três Lagoas

Embriaguez e imprudência estão entre as principais causas de afogamento, segundo apontou o Corpo de Bombeiros da cidade

Neste ano, bombeiros registraram oito mortes por afogamento nos rios do município - Arquivo/JP
Neste ano, bombeiros registraram oito mortes por afogamento nos rios do município - Arquivo/JP

Oito pessoas morreram afogadas em rios que cortam Três Lagoas e região, somente neste ano. O número representa aumento em 60% das ocorrências de afogamentos se comparado com 2014 quando cinco casos foram registrados nos rios Sucuriú, Paraná e Rio Verde, sendo o último entre os municípios de Água Clara e Brasilândia, conforme levantamento do Corpo de Bombeiros. 
Os afogamentos em piscinas e lagos também fazem parte dos dados contabilizados pelos bombeiros, porém, nenhuma ocorrência deste tipo foi registrada pelo Comando entre janeiro a dezembro deste ano. Já no ano anterior, quatro pessoas se afogaram em piscinas. Os dados revelam que o excesso de bebida alcoólica e a imprudência são as principais causas de afogamento.
“Em Três Lagoas, os casos estão concentrados nos rios, principalmente no Sucuriú, onde a incidência de afogamento é maior devido à quantidade de ranchos, chácaras, pousadas e por agregar a parte turística local”, observou o comandante do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Marcelo Olassar Ramires, ao informar que quatro dos oito afogamentos ocorreram lá. Uma vítima morreu afogada no Rio Paraná e três no Rio Verde.
O caso mais recente foi de dois jovens, ambos de 19 anos, que desapareceram, no dia 13, e os corpos só foram encontrados na terça-feira, 15, a 70 metros de distância do local de onde saíram. As vítimas estavam em uma embarcação improvisada, no Rio Sucuriú, sem motor e amarrada em uma corda. Com extensão de 450 km, o rio faz divisa entre os municípios de Inocência, Três Lagoas e Água Clara, sendo muito visitado aos finais de semana pela população da região.
Ele se difere dos demais rios, segundo o tenente-coronel, por conta da profundidade que pode chegar a até 30 metros em alguns pontos e ainda ser de cor escura, dificultando a visibilidade dos mergulhadores durante as ações de resgate. “É muito complicado as buscas na região porque o Rio Sucuriú é sujo e tem uma profundidade que coloca em risco também os mergulhadores especialistas da Corporação. Por isso, durante alguma ação, sempre fazemos um mergulho por dia”, pondera.
Para atender os municípios, o Corpo de Bombeiros conta com 65 servidores e oito mergulhadores especialistas que fazem as ações diretas nos rios, além de quatro barcos. 

Orientações 
Com a chegada das férias escolares e dos feriados prolongados, os bombeiros reforçam as orientações aos banhistas e pescadores. Entre elas, não ingerir, de forma excessiva, bebidas alcoólicas, evitar travessias de rios, se atentar aos bancos de areia e redobrar a atenção com as crianças.
O calor típico de Três Lagoas torna os rios da região uma boa opção para moradores e turistas. O comandante do Corpo de Bombeiros de Três Lagoas, tenente-coronel Marcelo Olassar Ramires, frisa que famílias vão para ranchos e sítios e esquecem de promover a segurança quando vão andar de lancha ou moto aquática. “Não colocam colete salva-vidas ou boias para nadar, momento em que os afogamentos acabam acontecendo”, explicou. 
Outro ponto é quanto ao resgate de vítimas em rios. O Corpo de Bombeiros não aconselha o salvamento em casos de afogamento.