O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou hoje (10) um protocolo de atendimento voltado para usuários de crack. O documento, intitulado Diretrizes Gerais para Assistência Integral ao Crack, define procedimentos a serem adotados em três eixos – policial, saúde e social.
O primeiro inclui, por exemplo, ações de inteligência para reprimir a entrada da droga no país e mapear os principais pontos de venda do crack. O segundo trata da estruturação e capacitação do sistema público de saúde para receber usuários, além da implementação de Centros de Apoio Psicossociais (Caps), hospitais de apoio e grupos de autoajuda. No âmbito social, o documento prevê a criação de centros de convivência com biblioteca, lazer, cultura e inclusão digital.
Durante o lançamento do protocolo, o presidente do CFM, Roberto Luiz D Avila, cobrou do governo federal um financiamento adequado para o enfrentamento ao crack.
“Precisamos que o Poder Público financie adequadamente essas ações. São ações múltiplas, não são só ações de tratamento médico e emergencial na fase aguda”, disse, ao destacar a necessidade de continuidade no tratamento. Segundo o CFM, um terço dos usuários de crack morrem em decorrência do uso da droga.
O vice-presidente do órgão, Carlos Vital Lima, também cobrou sensibilização por parte do governo federal no sentido de aumentar o financiamento de ações de combate ao crack.
“Precisamos ter um tratamento sistematizado. Não é uma questão apenas terapêutica, no sentido de medicamentos. É preciso enfrentar os fatores sociais, que são múltiplos, ter uma rede integrada de assistência. Processos de ordem social, como o desemprego, tem que ser combatidos. A questão do apoio do ponto de vista psicossocial tem que ser feito de maneira integrada”, disse.
Ontem (9), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, a secretária nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, informou que o orçamento anual da Senad é R$ 16 milhões. A expectativa para o próximo ano é que o montante chegue a R$ 100 milhões.