Cientistas americanos anunciaram nesta segunda-feira (5) que concluíram um estudo clínico com uma nova vacina contra a cocaína que se mostra promissora no tratamento da dependência que afeta 1,6 milhão de pessoas apenas nos Estados Unidos.
Os pesquisadores afirmam que a vacina reduz o uso da droga aumentando o nível de anticorpos contra a cocaína, o que a deixa inativa antes que alcance o cérebro e produza o efeito de euforia.
Durante o ensaio clínico de seis meses conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina de da Universidade de Yale e do Baylor College of Medicine, 38% dos pacientes vacinados produziram um nível de suficiente de anticorpos para bloquear os efeitos da droga.
Os efeitos da vacina, no entanto, não persistiram por mais de dois meses. “Um ótimo tratamento necessitaria, sem dúvida, de vacinações repetidas para manter o nível de anticorpos adequado”, escrevem os autores do estudo, publicado neste mês na revista científica Archives of General Psychiatry.
O principal autor da pesquisa, Thomas Kosten, trabalha na busca de uma vacina contra os efeitos da cocaína há quinze anos. “Há quinze anos, todo mundo dizia que era impossível produzir anticorpos contra pequenas moléculas como esta”, disse Kosten.
O ensaio clínico foi realizado com 115 dependentes de cocaína, 58 das quais receberam a vacina e 57 foram tratadas com placebo – uma substância inerte.
Entre os que receberam a vacina, 38% produziram uma quantidade de anticorpos suficiente para bloquear os efeitos da cocaína. No grupo, o consumo da droga caiu e algumas pessoas deixaram de usá-la.