Uma discussão em âmbito mundial chega ao país e leva o Conselho Federal de Medicina (CFM) a buscar formas de intervir na relação entre médicos e a indústria farmacêutica. Há muitos anos os médicos participam de congressos com custos bancados por fabricantes de medicamentos. Em troca, muitos profissionais acabam receitando os remédios do laboratório patrocinador a seus pacientes. Para tornar a relação mais ética, o CFM está formulando um protocolo a fim de evitar excessos.
As atualizações do Código de Ética Médica, em abril, trazem a discussão de uma série de questões sobre o exercício da medicina, incluindo a postura do médico frente às pressões da indústria. Além de uma boa relação com o paciente, as escolhas corretas no tratamento dependem também da atualização constante do conhecimento médico. Para manter-se em dia com os avanços de técnicas e medicamentos, os médicos contam com os congressos.
O CFM está propondo a restrição de patrocínio apenas para médicos que forem ministrar cursos e palestras em eventos, e a proibição de brindes aos profissionais. “Não pode haver nenhuma prescrição ou indicação médica em benevolência a agrados ou brindes”, disse o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, por meio de sua assessoria de imprensa. O protocolo tenta aperfeiçoar o que o Código de Ética Médica já prevê. Há pouco tempo, também foi aprovada uma resolução que proíbe o fornecimento de cupons e cartões de desconto em medicamentos pelos médicos em seus consultórios.