As farmácias de Mato Grosso do Sul querem a suspensão da regra da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que obriga a retenção da receita na compra de antibióticos.
A exemplo dos remédios tarja preta, uma via do receituário fica retida na farmácia. A nova regra entrou em vigor no último dia 28 de novembro, com o intuito de conter o uso indiscriminado dos medicamentos e o avanço de superbactérias.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Farmácias, Nelson Fraide Nunes, a intenção da Anvisa é boa, mas não condiz com a realidade. Segundo ele, muitos não terão acesso a um médico para indicar o antibiótico e assinar a receita.
“Como fica a situação de uma criança, em uma cidade distante, onde médico só atende uma vez por semana?”, questionou, na tribuna da Assembleia Legislativa.
Além da saúde, as restrições na venda dos remédios afetam diretamente as finanças do setor, pois os antibióticos respondem por 20% da venda de medicamentos.
No Estado, há mil farmácias. Conforme Nelson Nunes, o sindicato não deve acionar a justiça contra a Anvisa, mas espera apoio do legislativo estadual contra as novas regras.
A Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias ) alega que parte significativa da população não tem acesso a uma consulta médica e que a receita de controle especial também não está disponível em todos os municípios.