O Papiloma Humano (HPV) está diretamente ligado ao câncer de colo do útero – a terceira maior causa de morte por câncer em mulheres no país. Tomar a vacina na adolescência é o primeiro de uma série de cuidados que se deve adotar para a prevenção. A realização do exame preventivo e o uso do preservativo em relações sexuais são fundamentais.
Mesmo com o aumento do número de pessoas infectadas, há pouca preocupação com os cuidados para evitar a doença ou até mesmo tratá-la antes de se transformar em um câncer.
A avaliação é de especialistas que alertam sobre a alta incidência que aumentou em quase 30% nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde. “A partir do início da vida sexual, é importante que também comece a prevenção. Percebemos que, no caso do HPV, por exemplo, que é um tipo de DST (Doença Sexualmente Transmissível), as pessoas não têm se preocupado com exames nem a vacina”, avalia o ginecologista e obstetra Rafael Grassi Cassemiro, que divide um consultório com a esposa, ginecologista e mastologista Nayara Sibelli Fante Cassemiro.
O casal observa que pacientes infectados só descobrem a doença quando vão ao consultório – muitos em estágio já avançado. Os especialistas recomendam que toda mulher com vida sexual ativa deve fazer o exame preventivo ginecológico ao menos uma vez por ano, especialmente as que têm entre 25 e 64 anos, seguindo recomendação da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas. A camisinha ajuda a diminuir o risco de contaminação, mas o vírus também se aloja em locais que o preservativo não cobre, como a base do pênis. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Uma pessoa ainda pode se contaminar ao compartilhar toalhas e roupas íntimas usadas.
“Há mais de 200 tipos de HPV, alguns com maior risco de câncer. A vacina oferece ao menos 98% de proteção”, diz Nayara Sibelli.
No Brasil, a vacina é oferecida permanentemente na rede pública para meninas entre 9 a 13 anos e deve ser tomada em duas doses.
TRÊS LAGOAS
O cenário em Três Lagoas é negativo quanto à vacinação, com baixa procura. Neste ano, apenas 422 crianças e adolescentes cadastradas no Sistema Único de Saúde (SUS) foram vacinadas, contra uma expectativa 2.400, conforme relatório da Secretaria Municipal de Saúde. A partir de janeiro de 2017, a rede pública de saúde também vai vacinar meninos de 12 a 13 anos.