O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), vinculado a Secretaria de Estado de Saúde (SES), pretende ser referência regional em hepatites virais. Por solicitação do Ministério da Saúde o Lacen passou a realizar exames de biologia molecular de hepatite B para o estado de Mato Grosso. Desde junho já foram realizadas 200 análises para o estado vizinho.
A verificação é realizada em amostras de sangue coletadas de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Mato Grosso e enviadas ao laboratório em Campo Grande (MS). O resultado é expedido em no máximo 30 dias e cadastrado no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), acessado via internet.
“É um teste de alta complexidade”, afirma a responsável pelo Laboratório de Hepatites Virais do Lacen, Gilza Bastos Sanches. A farmacêutica e bioquímica explica que somente após o resultado do exame, o médico pode indicar o tratamento ao paciente e monitorar a resposta terapêutica.
A doença é transmitida pelo contado com o sangue contaminado, agulhas infectadas e relação sexual. Outra forma de contágio é a materno-fetal, em que a mãe passa o vírus à criança ainda no período de gestação. A doença pode ser detectada pela mãe durante a realização dos exames pré-natal.
A hepatite B provoca alteração das enzimas hepáticas e pode apresentar sintomas como coloração amarelada nos olhos e na pele, problemas digestivos, cirrose e até câncer de fígado, conforme a evolução da doença.
Existe vacina contra a doença, indicada aos bebês recém-nascidos – em três doses – e principalmente aos profissionais que atuam na área de saúde. Uma forma de prevenir a doença é usar preservativo durante a relação sexual e utilizar sempre agulha e seringa descartáveis. A vacina é encontrada em toda a rede pública de saúde.
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Das quatro variações da doença o exame para diagnóstico do tipo B é o mais procurado. Em 2009 o laboratório realizou 30.536 exames, sendo 13 mil para o tipo B. Este ano os pedidos de sorologia somam 28.850 com 12.700 para a análise do tipo B da doença. O Lacen realiza também exames de biologia molecular para acompanhamento e tratamento da moléstia. Desde janeiro deste ano foram realizadas 1 240 análises de amostras de sangue, sendo 440 para o tipo B e 800 para o tipo C. Dos 440 casos, 200 são do estado de Mato Grosso e 240 de Mato Grosso do Sul.
Outros exames
O laboratório atende os 78 municípios de Mato Grosso do Sul com a realização de exames para detecção de 57 tipos de doenças como HIV, Influenza, Chagas, Leishmaniose, Tuberculose e Raiva além das hepatites A, B, C e D e exames para transplante de órgãos. De acordo com a diretora do laboratório Suely Aparecida Corrêa Antonialli, o Lacen é referência em exames de Tuberculose. “Técnicas adotadas aqui estão sendo difundidas para outros estados”, diz Suely.
O centro de diagnósticos é responsável também pela análise de material apreendido pela Vigilância Sanitária, pelo controle da água consumida pela população e utilizada no tratamento da hemodiálise em todo o Estado.
