Comça na próxima segunda-feira (6) a campanha de vacinação contra poliomielite e sarampo nos postos de saúde de Três Lagoas. A campanha este ano começou quase três meses mais cedo que nos anos anteriores em todo o país devido ao surgimento destas doenças em cinco estados do Brasil. A campanha termina no dia 31.
Tanto a polio quanto o sarampo eram considerados erradicados. O país não registrava nenhum caso de infecção pelo poliovírus selvagem desde 1989.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o chamado “Dia D”, dia de mobilização nacional de vacina será no dia 18, das 8h às 17h.
O público alvo desta campanha são as crianças que tenham entre um e cinco anos incompletos. Por isso, para melhorar os índices de cobertura das duas vacinas, a coordenação do Setor de Imunização de Três Lagoas está preparando um cronograma de ações, especificamente voltadas para o atendimento nos Centros de Educação Infantil (CEIs).
Como antecipou a coordenadora do Setor de Imunização, enfermeira Humberta Azambuja, as duas vacinas estarão disponíveis na Sala de Vacinas do Centro de Especialidades Médicas (CEM) e em todas as unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e nas unidades de Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) da rede pública da SMS de Três Lagoas.
“Nesta campanha, além da vacinação nas Unidades de Saúde, iremos também intensificar a imunização das nossas crianças contra o sarampo e a paralisia infantil, matriculadas nos CEIs da rede municipal de ensino. Os pais ou responsáveis serão previamente avisados sobre esta nossa campanha e quais os dias e horários em que estaremos vacinando as crianças nos centros educacionais”, anunciou Humberta.
Queda nas coberturas
Doenças já erradicadas no Brasil voltaram a ser motivo de preocupação entre autoridades sanitárias e profissionais de saúde. Baixas coberturas vacinais, de acordo com o próprio ministério, acendem "uma luz vermelha" no país. Até o momento, a pasta contabiliza 822 casos confirmados de sarampo – sendo 519 no Amazonas e 272 em Roraima. Ambos os estados têm ainda 3.831 casos em investigação. Casos considerados isolados foram confirmados em São Paulo (1), no Rio de Janeiro (14), no Rio Grande do Sul (13), em Rondônia (1) e no Pará (2).
Em junho, países do Mercosul fizeram um acordo para evitar a reintrodução de doenças já eliminadas na região das Américas, incluindo o sarampo, a poliomielite e a rubéola. Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile se comprometeram a reforçar ações de saúde nas fronteiras e a fornecer assistência aos migrantes numa tentativa de manter baixa a transmissão de casos. Dados do governo federal mostram que 312 municípios brasileiros estão com cobertura vacinal contra pólio abaixo de 50%.
Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade do quadro, particularmente em crianças desnutridas e menores de 1 ano. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade.
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus. Atualmente, entretanto, o país enfrenta surtos de sarampo em Roraima e no Amazonas, além de casos já identificados em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Rondônia e no Rio de Janeiro.
Pólio
Causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, a poliomielite geralmente atinge crianças com menos de 4 anos de idade, mas também pode contaminar adultos. A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas, e há semelhanças com infecções respiratórias – como febre e dor de garganta – e gastrointestinais – como náusea, vômito e prisão de ventre.
Cerca de 1% dos infectados pelo vírus desenvolve a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte.