Um grupo de cientistas anunciou ontem (3) ter desenvolvido um novo medicamento que reforça o sistema imunológico e previne a rejeição de órgãos transplantados.
Em um relatório publicado pela revista "Science Translational Medicine", pesquisadores franceses e americanos assinalaram que sua aplicação poderia ajudar a reduzir altos custos dos medicamentos de imunossupressão, que também costumam causar graves efeitos colaterais.
O tratamento de imunossupressão para impedir a rejeição do órgão transplantado deve ser aplicado durante toda a vida do receptor.
Segundo o relatório, o fator crucial que regula a rejeição ou a aceitação do órgão está representado pelas células T, que controlam o processo de ativação de anticorpos (CD28) e outro de inibição.
Ao bloquear a ativação com um anticorpo dirigido especificamente, como o CD28, o grupo liderado pelo cientista Nicole Poirier, da Universidade de Nantes (França), conseguiu manter intacto o de inibição.
Diante do processo que alterou o sistema imunológico, foi possível que o corpo aceitasse o órgão transplantado sem maiores alterações, indicou o relatório.
O anticorpo foi testado em transplantes de coração e fígado realizados em macacos.
Cada um dos primatas recebeu remédios convencionais de imunossupressão com e sem o anticorpo CD28.
Durante os testes, que tiveram a participação de pesquisadores da Universidade de Maryland (EUA.), os cientistas descobriram que três meses depois o CD28 tinha impedido a rejeição orgânica e crônica do órgão entre os macacos.
Ao aumentar a ação dos medicamentos de imunossupressão, os agentes CD28 permitiram a aplicação de doses menos tóxicas, indicou o estudo.
Além disso, sua administração conseguiu manter um número "bom" de células T para assegurar a saúde do sistema imunológico, acrescentou o relatório.