Mesmo estando a poucos passos de uma epidemia de dengue, em Três Lagoas, moradores insistem em jogar restos de lixo em terrenos baldios. Entulho, garrafas, restos de obras, galhos e outros objetos são descartados com frequência em vários terrenos baldios espalhados pela cidade.
O aumento das chuvas e a falta de zelo com terrenos e quintais são os principais agravantes para que haja a proliferação do mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti, já que seu processo de reprodução acontece em locais onde há acumulo de sujeira e água parada.
De acordo com o coordenador do Setor de Endemias, Benício Donizete da Silva, Três Lagoas tem aproximadamente seis mil terrenos baldios e, parte desses terrenos, torna-se depósito de lixo a céu aberto.
No entanto, o maior determinante de casos da doença, ainda é a falta de cuidado com os quintais nas residências. Donizete explicou que mosquitos machos precisam de néctar para reproduzirem e, por isso, são encontrados com frequência em terrenos baldios. Já as fêmeas, além das condições do ambiente, precisam de sangue, por isso, se proliferam mais em residências.
Epidemia
Três Lagoas corre risco de uma nova epidemia de dengue. Já são mais de 2,1 mil casos notificados desde o início do ano. O número de pessoas diagnosticadas com a doença na cidade já é quatro vezes maior se comparado a 2014, e gera alerta pela tendência de aumento de contaminações por conta do período chuvoso.
No ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 479 casos de dengue. Em 2015, as notificações já somam 2.106 até 1° de dezembro. Uma pessoa morreu em janeiro por complicações provocadas pela doença. A gravidade do cenário atual é temida se comparada com a de 2013, quando os moradores vivenciaram caos, com 6.823 pessoas infectadas com a doença e quatro mortes após a infestação do mosquito Aedes aegypti.