Entre 1999 e 2009, o Brasil perdeu mais de 50 mil leitos de internação em hospitais, reduzindo de 484 mil para 431 mil no ano passado. A pesquisa AMS (Assistência Médico-Sanitária), divulgada nesta sexta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que todas as reduções se concentram nas instituições privadas.
Nesse período de dez anos, a quantidade de leitos nos hospitais públicos saltou de 143 mil para 152 mil. Já nos estabelecimentos privados, a queda foi de 341 mil para 279 mil. No total, o país possui 431.996 leitos, sendo 35,4% públicos e 64,6% privados.
A queda geral no número de leitos ocorre em quase todas as regiões do país, com exceção da região Norte, onde houve crescimento anual no número de leitos de 1%. As maiores reduções ocorreram no Nordeste (-1,7%) e Centro-Oeste (-1,4%).
Segundo o IBGE, se considerados os leitos privados disponíveis ao SUS (Sistema Único de Saúde) a redução é ainda maior, com queda de 12,2% para o período de 2005 a 2009. Entre as regiões brasileiras, o Nordeste foi a que perdeu mais leitos privados disponíveis ao SUS (-23%), seguida da região Centro-Oeste (-16,9%).
Taxa de leitos para cada mil habitantes
Segundo o Ministério da Saúde, a taxa ideal de leitos fica entre 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes. A realidade brasileira, no entanto, é bem diferente. Com exceção da região Sul, as outras quatro regiões não atingem o índice recomendável. A pior situação é no Norte, que tem 1,8 leito para cada mil habitantes, e o Nordeste, com dois a cada mil.
Para o IBGE, embora nessas regiões haja aumento dos leitos públicos (que representam mais de 50% do total), esse crescimento não foi suficiente para compensar a diminuição dos leitos privados e o aumento populacional.
Ao calcular o indicador de leitos por mil habitantes disponíveis ao SUS, o índice é de 1,6 para o Brasil. A menor taxa fica na região Norte, com 1,5, e a maior na região Sul, com 1,9 (índice que não atinge o recomendado pelo Ministério da Saúde).