A Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu a adoção por países-membros – atualmente 194 nações – de embalagens padronizadas de cigarro, que todas passem a ser iguais em forma, tamanho, modo de abertura, cor e fonte. O diferencial seria apenas o nome da marca.
A defesa ocorre no Dia Mundial sem Tabaco, hoje, 31 de maio.
Segundo a proposta, as embalagens não devem conter logotipos, cores e imagens específicas ou textos promocionais. Seriam mantidas – no caso do Brasil – apenas as advertências sanitárias que tratam dos malefícios provocados pelo tabagismo e o selo da Receita Federal.
Em nota, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) definiu as embalagens de cigarro como um grande instrumento de publicidade utilizado pela indústria, que investe em seu aprimoramento visual, formato e localização estratégica em pontos de venda. “Lançadas em edições limitadas, com brindes, em diferentes formatos, as embalagens de produtos de tabaco estão cada vez mais sedutoras”, destacou o órgão.
a data foi instituída pela OMS em 1987 como um alerta sobre doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Dados da própria entidade se referem a uma epidemia global do tabaco que mata quase 6 milhões de pessoas todos os anos. Dessas, mais de 600 mil são fumantes passivos (pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes).
O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo, respondendo por 63% dos óbitos relacionados a doenças crônicas não transmissíveis, 85% das mortes por doença pulmonar crônica, 30% das mortes por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago e outros), 25% das óbitos por doença coronariana e 25% das mortes por doenças cerebrovasculares.
A previsão do órgão é que, se nada for feito, o mundo passe a registrar mais de 8 milhões de mortes por ano a partir de 2030, sendo que mais de 80% delas devem atingir pessoas que vivem em países de baixa e média renda.