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Palestras alertam sobre câncer e HPV

Mudança de perfil de pacientes - com inclusão de jovens - direciona preocupação de especialista para contágio por sexo oral

Maria Fernanda faz palestras voluntariamente para alertar sobre riscos do contágio pelo vírus - Cláudio Pereira /JP
Maria Fernanda faz palestras voluntariamente para alertar sobre riscos do contágio pelo vírus - Cláudio Pereira /JP

O aumento do número de casos positivos de cânceres causados pela contaminação por HPV está obrigando especialistas em saúde pública e profissionais da área a ampliarem campanhas de prevenção, principalmente entre jovens e adolescentes. No público, apesar de ainda insuficiente, o Ministério da Saúde garante destinar recursos para campanhas de conscientização e abastecimento de vacinas. Entre entidades filantrópicas, o trabalho é 100% voluntário. 

É o caso de uma sequência de palestras promovida desde o início do mês pela Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) e o Conselho Regional de Odontologia (CRO) com a dentista Maria Fernanda Martins-Ortiz Posso, doutora em patologia bucal pela Faculdade de Odontologia de Bauru (SP), em escolas de Três Lagoas. 

Até dia 18 serão ministradas 11 palestras a estudantes, além de entidades, igrejas e grupos sociais. A preocupação com uma mudança de perfil de infectados pelo HPV e a falta de informações sobre prevenção é explicada pela especialista.

Segundo Maria Fernanda, a transmissão do vírus pela prática de sexo oral provocou aumento do número de casos. “Há cerca de 10 anos, a maioria dos infectados era formada por homens com mais de 50 anos, fumantes ou usuários de álcool e mulheres de 30 a 45, que muitas vezes nunca fumaram nem beberam. Hoje, com feridas no dorso da língua e na garganta, concluímos que há falta de prevenção no sexo e da vacinação, especialmente entre jovens que iniciam a prática de sexo oral muito precocemente e com um grande número de parceiros. Lembrando que o vírus também pode ser transmitido por beijos e compartilhamento de objetos, por exemplo”, afirmou.

“Essa nova realidade torna importante a educação e conscientização dos jovens quanto ao comportamento sexual e ao risco de contrair uma doença transmitida pelo sexo, que pode provocar câncer de colo e útero e câncer bucal”, acrescentou a especialista.

O HPV é o principal vilão do câncer bucal, com 80% dos casos. Procurar um especialista para o diagnóstico de uma lesão na boca deve ser imediata de quem sentir os sintomas por duas semanas. “Após este prazo pode ser sinal da necessidade de um tratamento,com a remoção de uma verruga, por exemplo”, disse.