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Pediatra faz alerta sobre microcefalia e zika em Três Lagoas

Profissional faz relação com a vinda de pessoas de diversos lugares do país em busca de emprego

Primeiro caso em MS foi confirmado em Dourados - Viviane Pinheiro/TVC
Primeiro caso em MS foi confirmado em Dourados - Viviane Pinheiro/TVC

Diante do aumento de casos de microcefalia no país e a possível relação com o vírus zika, o pediatra José Augusto Morila Guerra faz alerta sobre a doença e a possibilidade de haver registros em Três Lagoas. Isso porque, segundo ele, o município é “porta de entrada” para empregos, o que atrai pessoas de diversas regiões. “Por conta das ofertas, muita gente vem para cá em busca de oportunidades e isso pode fazer com que ocorra a transmissão da doença. No nordeste, por exemplo, a incidência atualmente é maior e temos recebido pessoas de lá”, pontuou o pediatra ao ser entrevistado durante o programa Bom Dia Três Lagoas, nesta quarta-feira, 2. 

As notícias sobre o zika, uma doença “prima da dengue", e os casos de microcefalia pegaram o país de surpresa desde o meio do ano. A febre zika também é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti e provoca sintomas parecidos com os da dengue: febre, dor de cabeça e no corpo e manchas avermelhadas.

Em Mato Grosso do Sul, o Ministério da Saúde confirmou um caso de microcefalia em Dourados, onde um bebê nasceu com a circunferência do crânio de apenas 29 centímetros. Porém, os exames laboratoriais ainda não apontaram se a doença tem relação com a febre zika. O nordeste é a região mais afetada pelo surto de microcefalia, registrando 1.248 casos. 

O pediatra José Augusto Guerra ressalta que a situação é preocupante porque o período de chuva é propício para a proliferação da dengue e, consequentemente, a possibilidade da transmissão do vírus, como a chikungunya e zika. Ele aponta a necessidade de cuidados básicos para evitar a transmissão, como uso de repelentes e evitar acúmulo de água. A mesma recomendação, de acordo com ele, é para as grávidas.

“Não há vacinas contra essas doenças e o que tem mais preocupado é o que tipo de padrão de crianças que teremos daqui para frente. Estamos acostumados a acompanhar a formação das crianças e de repente elas começaram a nascer com a circunferência abaixo de 33 centímetros. E o que fazer após detectar isso? Ainda não sabemos. As mulheres já temem ter filhos e o próprio Ministério já recomenda isso, no momento. A incompetência nacional no combate à dengue resultou nisso”. 

A orientação às gestantes é que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Também evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções. Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento.