Em pesquisa realizada no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), no Rio de Janeiro, cientistas brasileiros concluíram que o mosquito de hábitos doméstico e noturno, de nome científico Culex quinquefasciatus, não transmite o vírus Zika.
Os resultados da pesquisa foram divulgados ao público na terça-feira (6), em conjunto com a revista científica Public Library of Science ( PLoS), Neglected Tropical Diseases, e tem parceria do Instituto Pasteur de Paris.
Estiveram envolvidos no projeto 42 cientistas que foram coordenados pelo médico veterinário Ricardo Lourenço, do IOC.
Em uma primeira fase, no ano passado, eles coletaram cerca de 1,6 mil mosquitos – metade Culex e metade Aedes aegypti, em quatro bairros da cidade do Rio: Copacabana, Manguinhos, Triagem e Jacarepaguá. Uma pequena parte (26), era de Aedes albopictus. Nenhum dos mosquitos Culex era portador do vírus Zika.
Na segunda fase foi criada uma colônia de mosquitos no IOC e eles foram expostos, alimentados e contaminados com sangue contendo o vírus Zika. Os insetos foram examinados para detectar se havia vírus vivo neles, incluindo o estômago, a cabeça e a saliva, mas mesmo assim não foi identificado o causador da Zika nos pernilongos.
“Nós examinamos a saliva do mosquito, para ver se o vírus ativo infectante estava ali. Nós não encontramos nenhuma vez o vírus. Isto nos convenceu de que esse mosquito não era capaz de transmitir a Zika. Já os Aedes aegypti se infectavam de 80% a 100% das vezes, com uma quantidade de saliva com muitos vírus”, disse Ricardo Lourenço.
O cientista afirmou que o trabalho, que descarta a transmissão do Zika pelo pernilongo comum, representa um direcionamento importante para as políticas públicas de combate à doença, pois evitará desperdício de recursos financeiros e esforços de saúde no combate a esse inseto em particular. (Com informações da Agência Brasil)