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Pesquisa questiona benefícios da vitamina A para mulheres e bebês

Na década de 1980, cientistas estabeleceram que administrar vitamina A para crianças mal nutridas evitava problemas de crescimento

Dar cápsulas de vitamina A a mulheres não salvou suas vidas, nem as de seus bebês, de acordo com um estudo novo e surpreendente realizado em Gana e relatado pelo jornal médico "The Lancet".

Os resultados contradizem um estudo anterior feito no Nepal, que mostrou uma forte queda nas mortes entre mulheres com bebês que tomavam vitamina A, e desapontaram especialistas que esperavam que as pílulas pudessem ser uma forma barata e fácil de salvar vidas.

Na década de 1980, cientistas estabeleceram que administrar vitamina A para crianças mal nutridas evitava problemas de crescimento e mortes por sarampo e diarreia.

O estudo de 1999 no Nepal sugeriu que a vitamina também salvava jovens mães, embora esse resultado tenha sido encarado com ceticismo, porque muitas das mulheres tinham morrido de causas não relacionadas.

Em comentário no "The Lancet", Anthony Costello e David Osrin, do instituto de saúde global da University College London, observaram que o novo estudo recrutou um número "impressionante" de mulheres quase 208 mil, em mais de mil vilas e grupos familiares.

Metade delas recebeu uma dose baixa de vitamina A, e metade recebeu um placebo. Poucas de ambos os grupos morreram, mas a vitamina não reduziu a hospitalização por complicações no parto. A pílula tampouco reduziu o número de natimortos ou de mortes de recém-nascidos. Testes recentes feitos em Bangladesh e na Indonésia apresentaram resultados similares.

Encontrar formas de alimentar melhor jovens mulheres pode ser mais eficaz do que a administração de pílulas de vitamina, segundo os autores do estudo.