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Plantas regionais podem ser usadas no tratamento contra o câncer

Os frutos do araticum são consumidos ?in natura? ou preparados para consumo regional como geleia, suco ou sorvete

Medicamentos de origem natural representam grande oportunidade na busca de novas moléculas ou novo fitoterápico para tratamento ou cura de doenças. Pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados têm realizado estudos com um gênero de plantas com várias espécies abundantes no cerrado, as Annonas, que englobam uma grande variedade de espécies frutíferas, conhecidas popularmente como araticum-do-cerrado ou marolo.

Equipe multidisciplinar formada pela farmacologista Candida Aparecida Leite Kassuya, a engenheira agrônoma Maria do Carmo Vieira, a química Anelise Samara Nazari Formagio e a toxicologista Arielle Cristina Arena, da UFGD, realiza pesquisas com as Annonas, por serem atrativas do ponto de vista científico. Elas afirmam que algumas espécies, como a graviola (A. muricata), demonstram a presença de componentes ativos para potencial tratamento de doenças.

A professora Cândida explica que a graviola apresenta atividade citotóxica (que é tóxico à célula ou impede o crescimento do tecido celular) sobre células tumorais de diversos tipos de câncer, demonstrando um efeito citotóxico dez mil vezes maior que a Adriamicina (agente antitumoral). “Como estamos estudando plantas do mesmo gênero da graviola, existe grande possibilidade de termos compostos com similar atividade biológica. Dentre essa plantas estão, por exemplo, o araticum-do-cerrado (A. crassiflora Mart.) e o marolo (A. coriácea).

Os frutos do araticum são consumidos ‘in natura’ ou preparados para consumo regional como geleia, suco ou sorvete. O óleo das sementes é utilizado popularmente para tratar infecções enquanto a infusão de folhas ou sementes é utilizada para diarreia crônica, como cicatrizante de feridas, tratamento de doenças venéreas, acidentes com cobras e também como antirreumática”, explica.