Os pais que não conseguiram vacinar seus filhos neste sábado (13) contra a poliomielite (paralisia infantil) ainda terão uma segunda chance. O Ministério da Saúde estendeu a campanha até a próxima sexta-feira (19) em todos os postos de saúde do país.
Essa é a segunda etapa da imunização, que tem por meta proteger mais de 14 milhões de crianças. A primeira dose foi aplicada no dia 18 de junho e nela, o governo conseguiu 100% de participação. A expectativa, segundo afirmou o ministério, é repetir o sucesso.
O balanço da vacinação, porém, só deverá ser divulgado no meio desta semana. É que os registros serão contabilizados junto com os dados da vacinação contra o sarampo, que também ocorreu hoje.
A vacina contra o sarampo vai até o dia 16 de setembro. Se mesmo assim perderem o prazo, os pais podem consultar o calendário do SUS (Sistema Único de Saúde), disponível no site do Ministério da Saúde.
A vantagem de vacinar durante a campanha é que reforça a proteção das crianças. A vacina contra a doença é feita com o vírus vivo atenuado, “enfraquecido”, então não há risco de contrair a doença de verdade – as vacinas são dadas para que o corpo crie uma defesa contra a infecção e fique “treinado” para combater o vírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, a dose não tem contraindicação, mas crianças que estejam com febre acima de 38ºC ou com alguma infecção devem ser avaliadas antes de tomar a vacina. Os pequenos que estejam imunodeprimidos (com sistema de defesa do corpo muito sensível), como aquelas que passam por tratamento contra o câncer ou têm Aids, não devem tomar a vacina.
A poliomielite é uma doença infecciosa causada pelo poliovírus selvagem, que pode atingir o sistema nervoso central e causar paralisia muscular ou até a morte.
A doença é altamente infecciosa e afeta principalmente crianças pequenas. O vírus é transmitido por meio de água e alimentos contaminados e se multiplica no intestino, de onde pode se alastrar e invadir o sistema nervoso. Com isso, ele pode destruir neurônios motores, que ativam os músculos. O paciente pode ter a chamada paralisia flácida, que atinge principalmente os membros inferiores.
Uma em cada 200 pessoas infectadas acaba ficando paralisada de forma irreversível. Entre essas pessoas, de 5% a 10% morrem porque os músculos envolvidos na respiração ficam paralisados.
Por causa das campanhas de vacinação contra a doença, realizadas no Brasil há mais de 30 anos, o país não registra casos da doença há mais de 20 anos – o último caso foi confirmado em 1989, na Paraíba.
O problema é que o vírus ainda circula em algumas regiões do mundo: em 26 países ainda há casos da doença e em quatro (Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão) a transmissão é constante. Por isso é preciso continuar vacinando, para que a doença não volte.