Imagine uma dor descrita como a sensação de que um raio atingiu sua cabeça. Imaginou? Difícil, não é? Mas, saiba que esse é o principal sintoma de quem já teve um aneurisma cerebral que, na maioria das vezes, só pode ser descoberto quando se rompe, exigindo socorro imediato.
Para o neurocirurgião Luiz Daniel Cetl, especilista pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em épocas de temperaturas mais baixas, aumentam os casos de aneurisma cerebral, o que requer ainda mais atenção aos sintomas. “Nos dias mais frios, nosso corpo procura regular a sensibilidade térmica e tenta se aquecer. Há uma diminuição no diâmetro das artérias e veias, e isso cria dificuldade para a passagem e circulação do sangue, o que pode contribuir para o sangramento do aneurisma”, explicou.
O aneurisma é uma dilatação ou alargamento que se forma na parede enfraquecida de uma artéria, em geral de origem congênita, e que não apresenta sintomas anteriores, enquanto está crescendo. Assintomática antes da hemorragia, a doença costuma ser identificada acidentalmente, quando são realizados exames para outras queixas do paciente, e nestes casos é possivel realizar o tratamento adequado.
O neurocirurgião explica que, quando o aneurisma sangra, é sinal de que houve o rompimento das artérias cerebrais, o que pode ocasionar a perda de consciência e uma terrível dor de cabeça. “Nestes casos, é imprescindível que se leve o paciente imediatamente ao hospital, pois existe a possibilidade de uma contração dos vasos e o sangue pode se esparrar pelo cérebro, levando as artérias a se contraírem”.
Se detectado antes do rompimento, o tratamento poder ser programado; quando diagnosticado após a ruptura, deve-se tratar com urgência. Em ambos os casos, o procedimento padrão é o tratamento microcirúrgico, que é uma cirurgia aberta com auxílio de microscópio cirúrgico e, mais recentemente, vem crescendo a opção do tratamento endovascular, realizado por meio da embolização, segundo o neurocirurgião. (Com informações da Unifesp)