O secretário municipal de saúde de Ponta Porã, Dr. Patrick Derzi, disse que a situação no Hospital Regional da cidade pode piorar, se o Paraguai não intensificar medidas restritivas para conter o avanço da covid-19. Segundo o médico, há alguns dias, um paciente paraguaio chegou a falsificar o documento de um brasileiro para ser internado. “A instituição recebe pacientes estrangeiros diariamente, e atendemos mais de 10 municípios da região", explicou.
A preocupação agora é conseguir suprir a demanda de paraguaios, que representa 20 a 30% dos internados nos leitos. Ainda conforme o secretário, pessoas que chegam em situação muito grave, por conta da covid-19 são atendidas independente da nacionalidade. “Não tem como mandar pacientes de volta para o Paraguai, já que a situação do país é bastante precária na área da saúde. Estamos fazendo o possível para dar suporte a todos”, alegou.
Dados do último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Porã, mostram que o município registra 5.083 casos confirmados da doença e 105 mortes por covid-19, com taxa de letalidade em 2,2%. Nesta quarta-feira (23), 34 casos novos foram confirmados na cidade. O município tem 38 pacientes internados com a doença, sendo 22 de Ponta Porã e 16 de cidades próximas. No momento há 30 leitos de UTI covid, ou seja, o Regional está com mais de 100% de lotação.
O prefeito da cidade, Hélio Peluffo, fez um alerta à população e também aos “visitantes” de outros municípios, para que não se aglomerem na região de fronteira. “Infelizmente o lado paraguaio não tomou as devidas providências pra conter a movimentação de pessoas na cidade. A gente vai ver o resultado nas próximas semanas”, explicou.
De acordo com o munícipe, a antecipação dos feriados em Campo Grande é importante para o isolamento social e consequentemente, reduz a circulação do vírus. Porém, o fluxo de pessoas em Ponta Porã pelos próximos dias pode aumentar.
“Isso nos preocupa. Gostaríamos que os campo-grandenses viessem para a cidade movimentar a economia local, mas agora não é o momento. Estamos com leitos de UTI praticamente lotados”, afirmou. O prefeito ainda destacou que as autoridades paraguaias devem se pronunciar em breve sobre uma possível medida mais rígida no enfrentamento à covid-19.