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Três Lagoas em alerta para o zika

Além da nova enfermidade, o município também corre o risco de enfrentar uma nova epidemia de dengue neste verão

 - Danielle Leduc/Editoria de Arte
- Danielle Leduc/Editoria de Arte

Com mais de 2,1 mil casos notificados desde o início do ano, Três Lagoas corre risco de uma nova epidemia de dengue. O número de pessoas diagnosticadas com a doença na cidade já é quatro vezes maior se comparado a 2014, e gera alerta pela tendência de aumento de contaminações por conta do período chuvoso.  
No ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 479 casos de dengue. Em 2015, as notificações já somam 2.106 até 1° de dezembro. Uma pessoa morreu em janeiro por complicações provocadas pela doença. A gravidade do cenário atual é temida se comparada com a de 2013, quando os moradores vivenciaram caos, com 6.823 pessoas infectadas com a doença e quatro mortes após a infestação do mosquito Aedes aegypti. 
“Estamos em um momento crítico e a situação tende a ficar pior por conta das chuvas. O índice de casos é elevado e, sem dúvida, já acarreta para epidemia de dengue na cidade. Nesse período de temperaturas altas, a reprodução do mosquito é acelerada”, observou o infectologista Delso do Nascimento, que atua na secretaria. 
Ele ressalta que a maior preocupação é com a possibilidade da proliferação de outras doenças “primas” da dengue, como a febre chikungunya e a zika, também transmitidas pelo Aedes. 
O infectologista considera que os três-lagoenses estão vulneráveis a essas doenças, uma vez que os registros do zika vírus, atualmente relacionado ao surto de microcefalia no país, têm se intensificado em Mato Grosso do Sul. Há 33 casos de zika vírus sob investigação no Estado.
“O que causa certo desespero é que a cidade não está isolada das demais do país quando o assunto é zika e microcefalia. Muitas pessoas de fora, e que podem estar contaminadas, estão aqui, e ainda temos a incidência do mosquito que transmite as três doenças. É apenas um passo para começarmos a registrar todas elas”, pontuou ao lembrar que os sintomas são parecidos e ainda carecem de manejo clínico para a identificação. A chikungunya entrou no Brasil apenas em 2014 e o zika em 2015. 
Para combater o mosquito, a Coordenadoria de Vigilância Sanitária e Saneamento informou que mais de 100 agentes estão percorrendo os bairros contra novos focos e eliminando possíveis criadouros do mosquito nas casas e em terrenos. Apesar das ações do poder público, o infectologista Delson Nascimento frisa que é fundamental a participação da população ao fechar a caixa de água, não deixar vasilhames no quintal onde possam acumular água, entre outras ações que evitam a proliferação do mosquito.