O número de casos positivos de hanseníase em Três Lagoas aumenta a cada ano. Atualmente há 31moradores em tratamento contra a doença. Desse total, 22 novos casos foram registrados somente entre os meses de janeiro e agosto deste ano, sendo que a lista inclui mais de duas pessoas dentro de uma mesma família. A alta incidência preocupa os profissionais da saúde ligados ao Programa de Controle da Hanseníase e da Tuberculose em Três Lagoas, que promove um curso de capacitação dos médicos que trabalham nos postos de saúde espalhados pelos bairros da cidade.
O curso iniciou nesta quinta-feira (29) e segue até esta sexta (30), no plenário da Câmara Municipal. Segundo a dermatologista e coordenadora do programa, Maria Angélia Gorga, o objetivo é capacitar os profissionais para o diagnóstico precoce da hanseníase e também para o tratamento. “A capacitação dos médicos é de extrema importância para o diagnóstico e tratamento da doença, porque, quanto mais rápido o paciente é diagnosticado, mais eficientes serão os resultados. Além da eficiência no tratamento, quanto mais cedo o diagnóstico, menos serão também as sequelas nos pacientes”, pontuou.
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Micobacterium leprae, bacilo que atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença. Ela tem cura quando diagnosticada a tempo e tratada adequadamente. Três Lagoas é uma cidade endêmica da doença, pelos altos índices de incidência de novos casos por ano, segundo o setor da Saúde. Dados do Programa Municipal de Hanseníase revela que a enfermidade no município é de 12 novos casos por 100 mil habitantes, seguindo a incidência do país.