Ao menos duas vacinas estão em falta em Três Lagoas e outras seis que previnem doenças como hepatite A, difteria, tétano, coqueluche, caxumba, sarampo, rubéola e catapora estão com estoques reduzidos na rede pública de saúde. Muitas delas integram o calendário básico de vacinação de recém-nascidos e gera preocupação, caso o abastecimento não seja feito já nos próximos dias.
Contra hepatite B, por exemplo, e a vacina pneumocócica (contra pneumonia) encontra-se indisponíveis no Centro Médico de Especializado (CEM), ponto de distribuição de vacinas para os 11 postos de saúde de Três Lagoas.
Segundo a coordenadora do Setor de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, Humberta Azambuja, explica que a carência no estoque ocorre em função da falta de repasse das doses pelo Ministério da Saúde aos estados. “Recebemos um comunicado oficial informando sobre os atrasos e que poderá haver o desabastecimento até o fim deste ano”, declarou.
A coordenadora disse ainda que não sabe quando a situação será regularizada e que aguarda um posicionamento sobre a situação. O pronto-socorro do Hospital Auxiliadora informou que ainda possui estoque para atender os pacientes. Porém, o coordenador da unidade, Rafael Coelho, pontua que, no caso da hepatite B, aplicada nos recém-nascidos, o hospital conta atualmente apenas com 14 vacinas, “sendo que a nossa média é de 25 a 29 por mês”.
Outra situação que causa alerta é quanto à vacina antirrábica e os soros contra picadas de animais peçonhentos, como escorpião, aranhas e cobras. Somente este ano, mais de 20 ataques de escorpião foram registrados na cidade e a procura de pacientes é crescente. “A demanda por soro antiveneno é grande e se não for enviado já nas próximas semanas pelo governo federal, com certeza teremos muitos problemas. A instrução é que a população tome cuidado ao limpar quintais, terrenos, para não ser picado e acabar ficando sem vacina. A antirrábica são aquelas usadas quando alguém é mordido por um cachorro e também pode ficar em falta brevemente”, observou Humberta Azambuja.
Da lista estão com estoques baixos nas unidades de saúde as vacinas DT, que previne adultos e grávidas contra difteria e tétano, DTPa infantil (contra difteria, tétano e coqueluche), tetraviral e varicela monovalente (sarampo, rubéola e caxumba).
SEM RESPOSTA
O Jornal do Povo entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas não houve resposta até o fechamento desta reportagem. A assessoria da Secretaria Estadual de Saúde informou que, além e Mato Grosso do Sul, outros estados também enfrentam problemas com distribuição de vacinas devido à falta do envio regular pelo governo federal. Contudo, declarou que já foi notificada sobre a falta de vacinas em Três Lagoas e a distribuição deverá ocorrer já a partir de segunda-feira, dia 14. “Estamos fazendo remanejamentos considerados mais urgentes”, consta trecho da nota.