Valdeir Thiago da Silva, de 41 anos, teve dificuldades para receber a indenização do seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), em Três Lagoas. Há pouco mais de um ano, ele sofreu um grave acidente de moto, na avenida Filinto Muller, no momento em que virava a esquina e foi atingido por um caminhão. Valdeir sofreu um ferimento na perna, passou por cirurgia e ainda sente as sequelas do acidente. Isso porque a perna direita ficou nove centímetros menor que a outra. O que gera dificuldades para andar.
Além disso, foi necessário comprar palmilhas ortopédicas para conseguir caminhar. Após gastos com consultas médicas e até mesmo com o procedimento cirúrgico, o faqueiro alega que recebeu apenas o valor de R$ 900 de indenização. “E o dinheiro veio vários meses depois do acidente e não cobriu as despesas médicas. Eu gastei uma quantia que não tinha até mesmo com as palmilhas, que comprei em São Paulo”, frisou. O faqueiro dois recorreu à Justiça em busca de uma indenização de maior valor, porém, a nova audiência ainda não foi agendada no Fórum.
LEVANTAMENTO
Ele faz parte de uma lista de 150 pessoas que se envolveram em acidentes de trânsito na cidade e receberam a indenização do seguro DPVAT no ano de 2019. De acordo com levantamento da seguradora Líder, responsável pelo benefício, desse total, nove indenizações foram por mortes, 69 por invalidez permanente e 37 reembolso de despesas médicas. O que chama a atenção é que 62% dos acidentes registrados pela seguradora envolvem motos. Depois, automóveis, caminhões, ônibus, micro-ônibus e vans.
Se comparado ao mesmo período do ano passado – meses de janeiro e dezembro – houve queda de 41% na quantidade de indenizações do seguro DPVAT, em Três Lagoas. Conforme dados, 256 pessoas e envolveram em acidentes e foram indenizados, sendo 21 por morte e 184 por invalidez permanente. Já outros 51 por despesas médicas. No anterior, 195 vítimas sofreram acidentes com motos.
BUROCRACIA?
A cobertura do DPVAT é por morte, invalidez permanente e despesas médicas. Para dar entrada no processo, não é preciso ter advogado, nem despachante. Teoricamente, seria só enviar a documentação. Mas tem muitas vítimas reclamando da burocracia e da demora para receber o benefício. Por conta disso, o assunto gerou polêmica nos últimos meses.
EXTINTO?
O presidente Jair Bolsonaro havia editou uma medida provisória, no mês de novembro, para extinguir o benefício em 2020. No entanto, o Supremo Tribunal Federal suspendeu ato do presidente.
CIDADE É A TERCEIRA NO RANKING
Entre os 79 municípios de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas é a terceira no ranking que mais gerou indenizações do seguro DPVAT, neste ano. Perde apenas para Campo Grande e Dourados, que possuem frota e malha viária bem maiores. A o menos quatro mil vítimas da capital receberam o benefício e 1,5 mil em Dourados.
Conforme a seguradora Líder, responsável pelo controle do pagamento de apólices de seguro, foram pagas 7.092 indenizações no Estado, sendo 568 por mortes e 5.300 por invalidez.